Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de transmissão de energia realizado nesta sexta-feira terminou com todos os lotes arrematados, a um deságio médio de 50%, e teve a predominância de grandes grupos do setor elétrico entre os vencedores.
Sagraram-se vitoriosas a Taesa (SA:TAEE11) (lote 1, em Paraná e São Paulo), a indiana Sterlite (lote 2, na Bahia), o grupo Rialma (lote 3, na Bahia), a Neoenergia (SA:NEOE3) (lote 4, em Minas Gerais) e a Energisa (SA:ENGI4) (lote 5, no Amapá).
Os cinco projetos oferecidos ao mercado envolvem 902 quilômetros de linhas, além de três subestações de energia, em cinco Estados: Amapá, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Ao todo, foram contratados cerca de 2,9 bilhões de reais em investimentos para os próximos anos.
Como esperado pelo mercado, a licitação atraiu forte competição entre um perfil diversificado de investidores -- desde companhias tradicionais no setor até investidores financeiros e empresas de construção e engenharia.
Três dos cinco projetos ofertados foram disputados a viva voz, já partindo de lances com descontos superiores a 45%.
Também participaram do certame transmissoras tradicionais, como ISA Cteep e Alupar (SA:ALUP11), e as elétricas Engie (SA:EGIE3) Brasil, EDP (SA:ENBR3) Brasil, Cemig (SA:CMIG4) e Copel (SA:CPLE6). Porém, esses grupos não chegaram a arrematar ativos.
O deságio médio do leilão ficou em 50% da receita anual permitida (RAP) máxima estabelecida, taxa acima da registrada no certame realizado em junho deste ano (48,12%), e um pouco abaixo de concorrências de maior porte ocorridas em 2020 e 2019, quando o desconto chegou a superar 60%.
Segundo Efrain Cruz, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o deságio do leilão garantirá uma economia de mais de 5 bilhões de reais aos consumidores de energia.
"Em grande medida, nós economizamos para que o consumidor não tenha aumento de 3% na tarifa", disse Cruz, em fala após o encerramento da licitação, que foi transmitida pela TV B3 (SA:B3SA3).
A Aneel já colocou em consulta pública o próximo leilão de transmissão, previsto para junho de 2022. O certame será o segundo maior desde 2018, com a oferta de 13 lotes envolvendo investimentos de 9,5 bilhões de reais.
(Por Letícia Fucuchima)