Espresso Financista: Novas gravações e Yellen injetam cautela no mercado

Publicado 27.05.2016, 08:45
Atualizado 27.05.2016, 08:50
Espresso Financista: Novas gravações e Yellen injetam cautela no mercado

Após Romero Jucá, novas gravações feitas por Sérgio Machado envolvem Renan Calheiros (foto) e José Sarney (Jefferson Rudy/Agência Senado)

SÃO PAULO - Bom dia! Aqui está a sua dose diária do Espresso Financista™:

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Mercados domésticos voltam a operar nesta sexta-feira (27) pós feriado em ritmo de cautela diante da divulgação de mais gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, de conversas com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o ex-presidente José Sarney. A cautela também vem da cena externa com a expectativa pelo discurso de Janet Yellen, presidente do Fed (banco central norte-americano).

A preocupação de ver dois membros do PMDB, mesmo partido do presidente interino, supostamente tentando obstruir a Lava Jato vem em duas frentes. Numa delas há a preocupação de que a imagem de Michel Temer seja arranhada na delação premiada de Machado que ainda contém áudios ainda não divulgados. O envolvimento de membros da cúpula do governo aflige o Planalto.

“O governo está preocupado com possíveis envolvimentos de seus ministros nessas gravações e pelo risco de enfraquecimento de Renan”, afirma a LCA Consultores.

De acordo com a equipe econômica da Lerosa Investimentos, o governo interino ainda não teve sua credibilidade afetada, mas o mercado está de olho sobre o impacto das denúncias sobre a governabilidade.

A outra frente de preocupações está com o andamento do processo de impeachment. Renan Calheiros dita o ritmo das votações e tem base de apoio fiel. A preocupação do governo é que, acuado, ele pode se tornar um problema para votações de interesse do governo e da discussão do impeachment, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Interlocutores de Michel Temer dizem que até agora as gravações não comprometem, de fato, Renan, mas acreditam que a situação ficará instável enquanto não se conhecer o conteúdo da delação.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) avalia que o conteúdo da delação de Sérgio Machado deve levar algumas semanas para se tornar público. Na visão do órgão é necessário “amarrar pontas soltas”. Apesar disso, um investigador afirma que a colaboração complica bastante a situação de Renan Calheiros, segundo a Folha de S.Paulo.

Ainda segundo o jornal, um integrante do governo diz que as gravações não são nada perto do estrago que Machado pode fazer em Brasília ao contar para quais políticos ele repassava dinheiro.
Guilherme França Esquelbek, operador da Correparti Corretora, afirma que o impacto das gravações no governo Temer e nos esforços da recuperação da economia “é imprevisível”.

O sentimento de cautela também é trazido pelo ambiente internacional. Janet Yellen discursará às 14h15 e pode trazer novas pistas sobre quando haverá mudanças na política monetária do país.

Segundo a Bloomberg News, o mercado atribui cerca de 30% de probabilidade de elevação dos juros nos Estados Unidos em junho, alta considerável ante os 12% estimados ao fim de abril.

No mercado internacional, as bolsas chinesas registraram a sexta semana consecutiva de perdas com os temores de que a recente melhora da economia do país está com os dias contados.

As bolsas europeias e os índices futuros norte-americanos oscilam próximo da estabilidade. Os preços do petróleo caem cerca de 1% após subirem acima de US$ 50/barril no último pregão pela primeira vez em quase sete meses.

Ainda na agenda internacional, destaque para a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos do primeiro trimestre às 9h30. O mercado espera crescimento de 0,80%, segundo a Bloomberg News.

Por aqui, os investidores devem se manter cautelosos por conta do risco político, segundo a LCA Consultores. O relatório mensal de dívida pública de abril, que será publicado às 9h30 pelo Banco Central, estará no radar dos investidores.

O que acontece no mundo corporativo

Futuro – A concessionária de rodovias Arteris (SA:ARTR3) vai receber R$ 600 milhões de sua controladora, a Partícipes. O dinheiro será transferido como Adiantamento para Futuro Aumento de Capital (Afac), um instrumento societário. Já a Partícipes é a parceria entre a espanhola Abertis e a canadense Brookfield (SA:BISA3).

Responsa 1 - O Ministério da Fazenda anunciou nesta quarta-feira que Paulo Rogério Caffarelli foi escolhido para assumir a presidência do Banco do Brasil (SA:BBAS3).

Responsa 2 - Gilberto Occhi será o novo presidente da Caixa Econômica Federal e deve assumir o cargo no dia 30 de maio, informou a assessoria do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, nesta quarta-feira.

Unidos, venceremos – A BR Insurance, holding que controla diversas corretoras de seguro, estuda mudar sua estrutura e incorporá-las. Com isso, se transformaria em uma única empresa e enxugaria custos administrativos decorrentes de gerir uma organização descentralizada.

Plano B - Segundo a Reuters, investidores do setor de energia eólica estudam a possibilidade de fazer propostas por linhas de transmissão em implantação da espanhola Abengoa, caso os ativos sejam relicitados pela Aneel, após a empresa paralisar as obras em meio a uma crise financeira.

Divididos de novo - O atual vice-presidente comercial da Usiminas (SA:USIM5), Sergio Leite, foi eleito como presidente-executivo, em uma reunião que contou com oposição do grupo Nippon Steel e votos favoráveis do grupo Techint.

Inflação global - A Eldorado Brasil aumentou o preço da celulose em todas as regiões: Europa, América do Norte, América Latina e Ásia, em US$ 30 a tonelada, na sequência de um aumento anunciado mais cedo neste mês de US$ 20 na Ásia.

Mudou de nível – A BM&FBovespa (SA:BVMF3) autorizou a Contax (SA:CTAX3) a mudar seu nível de governança na bolsa. A empresa de teleatendimento passará do Nível 2 para o Novo Mercado, o patamar mais alto de governança do pregão brasileiro.

Para comentar mais tarde

Quatro ações podem sofrer pressão de venda com risco BNDES. O mercado começa a calcular os impactos para as ações de algumas empresas caso o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) decida vender as participações que detêm em companhias de capital aberto. Veja mais na reportagem de Thais Folego, de O Financista.

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