Por Arathy Somasekhar e Georgina McCartney
HOUSTON (Reuters) - A Europa precisará criar mais infraestrutura se quiser substituir o gás russo com a mesma intensidade com que substitui o petróleo bruto, disseram executivos de petróleo e gás em uma conferência sobre energia na terça-feira.
As importações europeias de gás por gasoduto da Rússia caíram desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 2022, e a Comissão Europeia pediu que as nações acabem com sua dependência dos combustíveis fósseis russos até 2027.
Mas os países da União Europeia evitaram sancionar ou proibir as importações de gás russo ou de seu gás natural liquefeito (GNL). Alguns países, como a Áustria e a Hungria, continuam sendo compradores importantes do combustível russo.
"Redirecionar o gás natural liquefeito e construir terminais de regaseificação não são soluções de longo prazo", disse o vice-presidente da Exxon Mobil (NYSE:XOM), John Ardill, na conferência de energia CERAWeek.
A empresa descobriu gás natural no Mediterrâneo Oriental e espera iniciar um programa de perfuração de exploração no próximo ano, acrescentou Ardill.
"A infraestrutura não existia e ainda não existe. Nesse estágio, a Europa realmente não poderia cortar o GNL", disse o presidente da Gunvor, Torbjörn Törnqvist, em comentários separados na conferência.
"Ao contrário do petróleo, a Europa é um pouco mais pragmática quando se trata de receber gás russo", disse Tornqvist.
A Gunvor continua cumprindo seu contrato de longo prazo para fornecer GNL russo à Europa, mas não há espaço nos volumes russos de GNL no mercado spot, disse ele.
(Reportagem de Arathy Somasekhar em Houston)