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'Fator China' e dúvidas fiscais locais impedem Ibovespa de seguir alta externa

Publicado 06.03.2023, 08:33
Atualizado 06.03.2023, 11:42
© Reuters.  'Fator China' e dúvidas fiscais locais impedem Ibovespa de seguir alta externa
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A expectativa de anúncio das novas regras fiscais pelo governo brasileiro e o noticiário corporativo interno são insuficientes para estimular nesta segunda-feira a alta Ibovespa, que voltou a fechar em queda na semana passada, na contramão das bolsas norte-americanas.

Após certa instabilidade mais cedo, o índice Bovespa segue renovando mínimas, sem forças para se aproximar da marca dos 104.182,75 pontos da abertura, indo para o nível dos 103 mil pontos. O movimento é influenciado principalmente pelo "fator China", com dúvidas sobre a velocidade da demanda por lá, após o país divulgar uma meta de crescimento em torno de 5%, considerada baixa por especialistas, após o avanço de 3% em 2022.

As ações ligadas ao setor de metais são destaque de baixa na B3 (BVMF:B3SA3), em meio ao recuo de mais de 2% do minério de ferro na China. "Bate direto nas metálicas e contamina todo o Ibovespa, dado o peso desses papéis Vale (BVMF:VALE3), principalmente e da Petrobras (BVMF:PETR4)", diz Pedro Galdi, da Mirae Asset.

O minério de ferro teve baixa de 2,13% em Dalian, a US$ 129,57, enquanto o petróleo cai mais de 1% no exterior. O declínio das matérias-primas pode pesar nas ações ligadas ao setor na B3, principalmente

"Aqui, já há 'pedras no sapato' por causa das incertezas com a parte política. Se a China não crescer tão fortemente, atrapalha", completa Galdi.

A queda do índice Bovespa é envolta a certa instabilidade, seja por conta da módica indicação de alta das bolsas americanas, seja por conta da agenda esvaziada aqui e lá fora hoje, mas que ganhará força ao longo da semana, com destaque as divulgações do IPCA, balanços e payroll nos Estados Unidos.

Além disso, os investidores ficarão no aguardo dos detalhes da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, prevista para esta segunda-feira, para discutir as novas regras fiscais.

"Aqui no Brasil o debate é sobre regras fiscais e isso pode gerar alguma incerteza", cita em análise a clientes e à imprensa o economista-chefe do BV, Roberto Padovani. "De maneira geral, com a agenda mais fraca a tendência é acompanhar o movimento global", completa.

Na sexta-feira, o Ibovespa subiu 0,52% (103.865,99 pontos), mas encerrou em queda (-1,83%) na semana. Já em Nova York, as bolsas fecharam em alta. "O mercado aqui está descontado. Na semana passada foi salvo por bancos e ações do setor metálico", diz o economista Álvaro Bandeira, em comentário matinal.

Como avalia Bandeira, se o índice Bovespa perder a marca dos 103 mil pontos, poderá descer mais, indo para o nível dos 101 mil pontos. Por ora, um sinal de melhora do indicador, em sua visão, seria a busca dos 106 mil pontos.

No exterior, persistem as preocupações dos investidores com a política monetária principalmente na Europa e nos Estados Unidos. As bolsas europeias e os índices futuros de ações norte-americanos têm sinais divergentes. Ná Ásia, o sinal foi de alta, com exceção de Xangai, pressionada pela nova meta da China.

Na seara corporativa interna, destaque para as aéreas Azul (BVMF:AZUL4) e Gol (BVMF:GOLL4). A primeira informou lucro líquido de R$ 231,2 milhões no quarto trimestre, ante perda de R$ 945,7 milhões há um ano. Além disso, a companhia firmou acordos comerciais com empresas que representam mais de 90% do seu passivo de arrendamento.

As ações da Azul disparam mais de 20%, enquanto os da Gol sobem em torno de 14%. A Gol comunicou o fechamento de financiamento de US$ 1,4 bilhão da Abra (nova holding criada para controlar as operações da Gol e da Avianca) por meio de bonds.

Às 11h09, o Ibovespa tinha recuo de 0,44%, aos 103.410,62 pontos, perto da mínima diária dos 103.170,44 pontos (-0,67%). As ações da Vale caíam 2,30%, contaminando o setor, sendo o declínio mais forte neste caso de CSN ON (BVMF:CSNA3) (-1,97%). Já Petrobras cedia 1,05% (PN) e -0,55% (ON). O setor de grandes bancos tinha sinais mistos, com Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) subindo 1,14% e Bradesco (BVMF:BBDC4) avançando entre 0,18% (ON) e 0,62% (PN), enquanto Itaú Unibanco (BVMF:ITUB4) PN (-0,25%) e Unit de Santander (BVMF:SANB11) cediam (-0,04%).

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