Investing.com - A postura menos dovish do Fed na reunião de dois dias da política monetária encerrada na tarde de quarta-feira (01) levou à correção nos mercados acionários e de moedas no mundo todo. Era aguardada a manutenção da taxa de juros no intervalo entre 2,25% e 2,5%, mas os investidores esperavam sinalização de que houvesse cortes nas próximas reuniões. Era essa a expectativa que indicava a ferramenta Monitor da Taxa de Juros do Investing.com, o qual apontava, na semana passada, a probabilidade de 24,1% de ao menos um corte na próxima reunião em 19 de junho.
Os ursos imperaram nos mercados acionários de todo o mundo. Na Ásia, Nikkei (Japão) caiu 0,22%, embora o Kospi (Coreia do Sul) tenha subido 0,42%. Na Europa, os índices registraram o pior pregão em seis semanas, com o Stoxx 50 caindo 0,7%. Nos EUA, os três principais índices acionários da Bolsa de Nova York registraram perdas, com Dow Jones cedendo 0,5%, S &P 500 caindo 0,34% e Nasdaq com queda de 0,19%.
O Ibovespa não foi diferente. O principal índice acionário brasileiro ficou o pregão inteiro no negativo, encerrando com queda de 0,86% a 95527,62. A cautela dos investidores também influenciou, especialmente após declaração do deputado federal e sindicalista Paulinho da Força (Solidariedade-SP) durante atos do 1º de Maio em São Paulo.
O líder da Força Sindical disse que os partidos do Centrão buscam desidratar a economia projetada em 10 anos de R$ 1,2 trilhão para a reforma da Previdência proposta pelo Palácio do Planalto. O objetivo é, segundo o deputado, não permitir que o presidente Jair Bolsonaro consiga a reeleição em 2022.
Os líderes do Centrão negaram o sindicalista, assim como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou à Broadcast que esta não é a posição do bloco parlamentar, prometendo trabalhar para conseguir aprovação de uma reforma que gere uma economia de R$ 1 trilhão em 10 anos, próxima à proposta original do Ministério da Economia.
Moedas
O efeito da decisão do Fed contribuiu para a valorização do dólar contra as principais moedas. O índice dólar, uma média ponderada da moeda americana em relação a uma cesta de seis moedas, subiu 0,15% a 97,83. No Brasil, o dólar saltou 0,92% a R$ 3,9589, chegando a ser cotada a R$ 3,9728.
A moeda brasileira foi uma das moedas que mais se desvalorizaram em relação ao dólar, ficando atrás somente do peso argentino – que sofre com crise cambial com especulação de um iminente default – e do rublo russo que sofreu com a forte queda do preço do petróleo.
Petróleo
Após atingir as máximas de 2019 na semana passada, a cotação internacional do petróleo despencou nesta quinta-feira. Apesar de a crise política na Venezuela ser um fator altista para o preço da commodities, o aumento da produção nos EUA e a elevação do estoque americano de petróleo bruto influenciaram na queda.
O petróleo WTI, negociado em Nova York, fechou em queda de 3,07% a US$ 61,65. O Brent, referência global e negociado em Londres, teve perdas de 2,38% a US$ 70,46.
Ações
- Petrobras (SA:PETR4) opera em baixa, acompanhando a queda dos preços do petróleo no exterior após a elevação da produção americana atingir e aumento de estoques na semana, mesmo com os investidores monitorando o desenrolar da crise política na Venezuela. A PETR3 perdeu 1,50% a R$ 29,51 e a PETR4 caiu 1,40% a R$ 26,73. No feriado, a estatal confirmou a venda da refinaria de Pasadena, nos EUA, para a Chevron.
- Magazine Luiza (SA:MGLU3) opera em queda de 0,27% a R$ 190,74, realizando lucros após a forte alta na terça-feira, um dia após anunciar a aquisição do e-commerce esportivo Netshoes. Nesta quinta-feira, a varejista brasileira anunciou acordo Sociedade Comercial Irmãs Claudino S.A. (SOCIC), que administra a rede Armazém Paraíba, para adquirir o direito de explorar 48 pontos comerciais no Pará e Maranhão por 44 milhões de reais, segundo comunicado ao mercado nesta quinta-feira. Desta forma, o Magazine Luiza passa a ter presença em 17 Estados em mais de mil unidades físicas.
- BR Distribuidora (SA:BRDT3) subiu 0,51% a R$ 23,82, após receber 5 propostas de interessados em parcerias de lojas de conveniência da rede distribuidora controlada pela Petrobras. Estavam na lista rede varejistas e investidores, entre os quais Lojas Americanas (SA:LAME4), International Meal Company (SA:MEAL3), Sapore, a rede mexicana de lojas de conveniência Oxxo – controlada pela Femsa -, e o familly office Sforza Holding, que administra a fortuna do bilionário Carlos Wizard em redes de varejo, fast food e empresas de educação.
Maiores ganhos: Suzano (SA:SUZB3) (2,97%); Ultrapar (SA:UGPA3) (2,24%); CCR (SA:CCRO3) (1,20%); CVC (SA:CVCB3) (0,99%); WEG (SA:WEGE3) (1,02%)
Maiores perdas: Bradespar (SA:BRAP4) (5,05%); CSN (SA:CSNA3) (4,47%); Cyrela (SA:CYRE3) (3,94%); B2W (SA:BTOW3) (3,79%); Braskem (SA:BRKM5) (3,56%);