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FECHAMENTO: PIB cai no 1ºtri, mas não impede alta do Ibovespa animado com Brasília

Publicado 30.05.2019, 18:12
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Investing.com - A cautela foi menos preponderante na formação do preço de risco dos ativos nos principais mercados internacionais na maior parte da sessão desta quinta-feira, embora ela tenha retornado em seu final. Durante a manhã, a retórica amena do presidente dos EUA Donald Trump, ao afirmar nesta quinta-feira sobre a possibilidade de firmar um acordo logo com os chineses, trouxe um sopro otimista em meio a um vendaval pessimista.

Entretanto, a precaução prossegue uma exigência neste momento de volatilidade e aversão ao risco. Ainda mais neste momento em que há tarifas maiores e empresas chinesa (Huawei) com atuação restrita nos EUA, que no início no mês não estava na formação de preço dos ativos.

Na cena local, a divulgação de retração do PIB brasileiro no primeiro trimestre ficou em segundo plano com exterior mais ameno, que também foi corroborado pela revisão do PIB dos EUA no primeiro trimestre. Além disso, o ensaio de otimismo proporcionado pela política em Brasília com a aprovação das MPs que estão prestes a vencer e avanço relativo da tramitação da reforma da Previdência, embora com percalços, prosseguiu na sessão desta quinta-feira.

O Ibovespa subiu 0,92% a 97.457 pontos, em pregão em quase chegou aos 98 mil pontos. Faltando apenas um pregão para encerrar o mês, o Ibovespa está prestes a ter o primeiro maio positivo desde 2009, com uma alta acumulado de 1,06%. O índice chegou a ter perdas acumuladas de 6,6% até a sessão do dia 17, quando atingiu a mínima intradia de 89,4 mil pontos e encerrou a 89,9 mil pontos.

Já o dólar fechou estável no dia, mantendo-se afastada do patamar de R$ 4,00. A moeda americana teve ligeira alta de 0,05% a R$ 3,9764, mantendo a alta acumulada de 1,38% em maio.

Reação do governo ao PIB fraco e movimentação no Congresso

O IBGE divulgou na manhã desta quinta-feira o Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira no primeiro trimestre, que registrou retração de 0,2% com ajuste sazonal, a primeira contração trimestral desde 2016. O dado se contrapõe ao otimismo com o início do governo do presidente Jair Bolsonaro na realização das reformas e do ajuste econômico.

A implantação da agenda do presidente depende da capacidade do Palácio do Planalto se articular com o Congresso, o que sempre foi visto como um dos principais pontos fracos do governo desde a vitória eleitoral de outubro do ano passado. Houve esta semana, pelo menos, percepção de harmonia, embora com entraves no avanço de pautas de interesse do governo no Congresso e provocação de Bolsonaro ao presidente da Câmara Rodrigo Maia – na declaração de que possui a caneta para decidir as medidas a ser tomadas.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta-feira a MP que combate fraudes previdenciárias. O texto foi encaminhado ao Senado, que adiou para segunda-feira a apreciação do texto no plenário, justamente no dia que caduca a MP.

Em relação à reforma da Previdência, o PL (ex-PR), um dos partidos que constituem o chamado Centrao, apresentou um texto alternativo à Comissão Especial. Consta no novo texto demandas exigidas anteriormente por parlamentares: a retirada das alterações no BPC, na aposentadoria rural e na dos professores, além de amenizar as regras de transição. O regime de capitalização não foi poupado, cuja transição seria custeada por um fundo específico.

Este fundo seria composto por recursos do pré-sal, privatizações, redução de subsídios e benefícios tributários e dos programas de securitização das dívidas previdenciárias. Caso o fundo não atinja 20% do PIB, o restante seria complementado por contribuição de movimentação financeira semelhante à antiga CPMF.

A economia estimada para os próximos 10 anos é menor em relação à proposta original do governo. Em vez de R$ 1,2 trilhão, a economia do texto do PL é entre R$ 600-700 bilhões, dentro da previsão do mercado com uma reforma aprovada. Resta saber qual será a reação do governo e da Comissão Especial nos próximos dias.

O ministro da Economia Paulo Guedes afirmou na semana passada que deixaria o cargo caso a reforma aprovada proponha uma economia estimada menor de R$ 800 bilhões. Neste valor, Guedes acredita que alavancaria o PIB do país, pensamento semelhante da líder do governo no Congresso, deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP). Enquanto a reforma não vem, o ministro estuda liberar contas ativas e inativas do FGTS para injetar ânimo na economia.

Demanda por ativos portos-seguros prossegue

A retórica amenizada de Trump não diminuiu a busca de proteção de carteira em ativos considerados seguros. Entre os quais estão as Treasuries, cuja alta na procura manteve a inversão da curva de juros, ou seja, o rendimento dos títulos de longo prazo está menor que os de curto prazo.

Este é tradicionalmente uma sinalização de recessão econômica nos EUA no horizonte. Quanto maior é a demanda por uma Treasury diminui o seu rendimento, e vice-versa. Os ganhos dos títulos de 10 anos caíram para 2,215%, enquanto o de 3 meses o rendimento está em 2,371%.

A queda dos ganhos dos títulos de 10 anos também é influenciada pelo temor de a guerra comercial prejudicar o crescimento econômico futuro, além de sinalizar que o Fed pode iniciar ciclo de afrouxamento monetário no futuro próximo. No entanto, a revisão do PIB do primeiro trimestre na economia americana, de 3,2% para 3,1%, ainda demonstra que a atividade está pujante nos EUA.

Mesmo diante das incertezas, os índices em Wall Street encerraram no azul nesta quinta-feira, a primeira vez na semana. Dow Jones subiu 0,17%, S&P 500 teve ganhos de 0,22% e Nasdaq cresceu 0,27%.

Ações

- JBS (SA:JBSS3) valorizou-se 5,2%. A companhia anunciou na véspera investimento de 95 milhões de dólares em expansão de fábrica no Nebraska (EUA) e afirmou que as melhorias na instalação vão permitir atender a demanda por produtos de carne bovina de maior qualidade no país.

- CEMIG subiu 2,1%, após a companhia reiterar na véspera compromisso em reduzir significativamente o peso de sua dívida nos próximos anos e promover um robusto programa de investimentos na unidade de distribuição de energia, a Cemig-D, que deverá realizar aportes de 6,458 bilhões de reais até 2023. A Cemig (SA:CMIG4) afirmou que tem uma meta de reduzir a alavancagem para 1,94 vez em 2020, contra 3,48 vezes em 2018.

- VIA VAREJO ganhou 4,8%, em sessão em geral positiva para o setor de varejo, em meio a expectativas quanto a liberação do governo de contas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).

- ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) avançou 1,04%, enquanto BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiu 1,84%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) recuou 1,32% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) perdeu 0,17%, em linha com a queda nos preços do petróleo no exterior. O presidente da estatal, Roberto Castello Branco, afirmou que a empresa iria receber na sexta-feira 34 bilhões de reais não fosse a liminar concedida na semana passada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que suspendeu a venda do controle acionário da Transportadora Associadas de Gás (TAG) pela estatal. Esse negócio foi fechado no mês passado junto a um grupo liderado pela francesa Engie (SA:EGIE3) ENGIE.PA, que levou a TAG com uma oferta de 8,6 bilhões de dólares.

*Reuters contribuiu com essa matéria

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