SÃO PAULO (Reuters) - A Fibria (SA:FIBR3) disse que está monitorando a qualidade da água do Rio Doce e que possui reservatórios próprios com autonomia de 100 dias para abastecer sua fábrica no Espírito Santo, conforme lama e detritos liberados pelo rompimento de barragens da mineradora Samarco em Mariana (MG), descem em direção a cidades capixabas.
Mais cedo, a Fibria havia afirmado que estava usando os reservatórios, mas esclareceu pouco depois que por enquanto apenas monitora a situação. A unidade da companhia em Aracruz (ES) tem capacidade de produzir 2,3 milhões de toneladas de celulose por ano.
A também produtora de celulose Cenibra suspendeu a produção nas duas linhas de sua fábrica na cidade de Belo Oriente (MG), com capacidade de 1,2 milhão de toneladas ao ano, devido à contaminação da água do Rio Doce. Não há previsão para restabelecer as operações.
O estouro das barragens da Samarco liberou milhões de toneladas de lama e rejeito de produção de minério de ferro que atingiram o Rio Doce e colocaram mais de uma dezena de municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo em estado de alerta sobre o abastecimento de água, segundo dados do Serviço Geológico Brasileiro.
Em relatório divulgado mais cedo, analistas do Credit Suisse afirmaram que a fábrica da Fibria no ES não seria tão afetada por possuir reservatórios que podem suprir a necessidade de água durante três meses.
O desastre na barragem da Samarco, uma joint-venture entre a brasileira Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, deixou ao menos três mortos e 24 desaparecidos e obrigou a cortes no fornecimento de água potável em cidades situadas a mais de 300 quilômetros de distância.
(Por Priscila Jordão)