Investing.com – As ações da Gol (BVMF:GOLL4) recuavam nesta quinta-feira, 27, em repercussão ao balanço do segundo trimestre divulgado pela companhia aérea pela manhã. Às 15h29 (de Brasília), os papéis perdiam 4,57%, a R$9,82.
O lucro líquido da empresa atingiu R$556,3 milhões, revertendo parcialmente resultado negativo de R$2,8 bilhões sofrido um ano antes.
No entanto, segundo a companhia, o prejuízo líquido recorrente foi de R$415,7 milhões, excluindo a receita de variação cambial de R$900 milhões. A geração de caixa operacional atingiu R$700 milhões.
A empresa reportou a maior receita em um segundo trimestre, com R$4,1 bilhões, alta de 27,9% em relação ao ano anterior. A alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre Ebitda recorrente foi de 6,7x ao final de junho, contra 9,5x no mesmo momento do ano anterior.
Após a divulgação, em relatório enviado aos clientes e ao mercado, a XP Investimentos (BVMF:XPBR31) avaliou que houve uma recuperação contínua com uma melhora sequencial da rentabilidade no segundo trimestre deste ano, devido ao aumento do yield e redução de custos. O Ebitda ajustado ficou 12% acima da expectativa da XP.
Segundo os analistas Pedro Bruno e Matheus Sant'anna, o balanço mostrou estabilidade da taxa de utilização e alta na receita de passageiros, com crescimento tarifário e da procura. No entanto, como ponto negativo, a alavancagem ainda é considerada alta, mesmo após redução da dívida líquida. A XP possui reforça recomendação neutra para as ações da Gol.
Também em relatório, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) pontuou que o Ebitda recorrente foi 2% superior às expectativas do banco, levando a uma margem Ebitda em torno de 23%, acima do guidance anterior da empresa de 21%.
“Além disso, observamos que, com base na sazonalidade histórica, a Gol está operando com uma margem Ebitda anualizada de aproximadamente 29%, o que pode indicar que a empresa pode estar contabilizando em seu guidance um leve repasse de custos mais baixos de combustível de aviação para tarifas”, avaliam os analistas Bruno Amorim, Joao Frizo e Guilherme Costa Martins,
No entanto, o GS diz preferir exposição a companhias aéreas com balanços sólidos diante de um cenário macro ainda incerto e “forte poder de precificação em mercados mais saudáveis”, e por isso, possui recomendação neutra para Gol, com preço-alvo de R$13,50 para as ações preferenciais e de US$5,65 para ADRs.
Já o Itaú BBA afirmou que reconhece a melhora nos números operacionais, mas evidencia as incertezas a respeito da conversão da dívida da Abra em patrimônio.
“A linha de crédito não explorada com a Abra é de US$ 200 milhões. A dívida da Gol com a Abra é de US$ 1,2 bilhão, já incluindo os US$ 50 milhões sacados no 2T23. Ainda faltam US$ 200 milhões para serem retirados do Acordo de Apoio, mas a empresa não divulgou o ritmo para que isso aconteça”, reforçam os analistas Gabriel Rezende, Daniel Gasparete e Luiz Capistrano.
O Itaú BBA possui classificação market perform, equivalente à neutra, para as ações da Gol, com preço-alvo de R$9.