Por Senad Karaahmetovic
Investing.com - O Goldman Sachs (NYSE:GS) recomendou que os clientes mantivessem posições defensivas nos próximos três meses, em vista de “mais ventos contrários gerados pela alta dos rendimentos reais dos títulos e continuidade da incerteza com o crescimento".
O Goldman reiterou suas posições “relativamente defensivas”, com maior posição em caixa/crédito, neutralidade em commodities e menor peso em ações e títulos.
Os estrategistas, liderados por Christian Mueller-Glissmann, também sublinharam os prêmios “relativamente baixos” após o recente rali no mercado de baixa. O estrategista recomendou que os clientes focassem nos rendimentos no curto prazo e buscassem exposição a ativos de maior qualidade.
“Nossa expectativa é que as oportunidades de aumentar o risco em carteira só ocorram em 2023, e estamos neutros em ativos/acima da média em commodities no prazo de 12 meses”, escreveu Mueller-Glissmann aos clientes em nota.
“Sem valuations deprimidos, para que o mercado forme fundo, é necessário que os investidores vejam um pico na inflação e nos juros, em um fundo na atividade econômica. O mix crescimento/inflação continua desfavorável. A inflação deve se normalizar, mas o crescimento global está desacelerando e os bancos centrais ainda estão em modo de aperto, embora em ritmo mais lentos", prosseguiu o analista.
Mueller-Glissmann também notou que os ativos de risco estão bastante caros, o que os torna menos atraentes para investimento, principalmente considerando que há um viés de baixa nos resultados.
“Os prêmios de risco nas ações parecem ser baixos, considerando o elevado risco de recessão e a incerteza com o mix crescimento/inflação. O baixo crescimento, aliado a valuations relativamente elevados, mantém as ações muito arriscadas. As preocupações com a estabilidade financeira também atingiram o pico, em conjunto com indicadores de estresse de mercado".
Até que os bancos centrais parem de subir juros e a inflação atinja níveis mais normalizados, os títulos não devem oferecer alívio em relação aos ativos de risco, acrescentaram os estrategistas do Goldman.
Além disso, Mueller-Glissmann espera que o dólar atinja o pico somente em 2023.