Investing.com - O governo ainda trabalha para definir qual é a melhor forma de realizar a desestatização da Eletrobras (SA:ELET3). No entanto, em conversas com bancos de investimentos e com a diretoria da companhia, já surgem algumas propostas para a operação. Uma delas é seguir o que foi feito com a BR Distribuidora (SA:BRDT3), com a União vendendo duas ações até perder o controle acionário da estatal. As informações são da edição de domingo da Coluna do Broad, do jornal O Estado de S.Paulo.
A publicação destaca que as instituições estão, na prática, em conversas com o governo e a direção da Eletrobras há dois anos, quando ainda no governo de Michel Temer as tratativas tiveram início. A diferença é que o assunto ganhou força nos últimos meses.
Atualmente, a União detém 51% das ações ordinárias da Eletrobras, que são as que dão direito a voto. A dúvida que persiste entre as partes que fazem parte da conversa é se a privatização vai se dar por uma oferta primária direta da companhia, com a emissão de novas ações, ou pela abertura de capital de uma nova empresa, que surgiria de uma cisão de ativos, saída possível uma vez que as companhias detidas pela Eletrobras devem por lei permanecer públicas, caso de Itaipu e da Eletronuclear.
De qualquer forma, destaca o jornal, o modelo vai resultar na diluição da participação da União na companhia, usando como referência o follow-on realizado pela BR Distribuidora.
A coluna destaca que a percepção do mercado é de que há um grande interesse na oferta da Eletrobras, principalmente diante as intenções de investimento de estrangeiros no setor elétrico que já atraiu R$ 10 bilhões nas ofertas realizadas pela Neoenergia (SA:NEOE3), CPFL Energia (SA:CPFE3) e Light (SA:LIGT3).
Além disso, na última semana, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o aprofundamento de estudos para realização da desestatização da companhia.