O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse nesta 2ª feira (26.fev.2024) que o governo trabalha para incentivar as principais operadoras de voos comerciais no Brasil –Azul (BVMF:AZUL4), GOL (BVMF:GOLL4) e Latam– a comprarem mais aviões da Embraer (BVMF:EMBR3).
Segundo o ministro, estreitar as relações entre as empresas e a montadora de aviões brasileira é a melhor saída para aumentar a frota das companhias e, consequentemente, baixar o preço das passagens, enquanto mantém a geração de emprego e renda no país.
Em entrevista à revista Exame, Costa Filho declarou que já identificou uma percepção dos executivos das empresas de que negociar com a Embraer pode ser um caminho viável para fortalecer a malha aérea brasileira.
“A Embraer é hoje um ativo do Brasil e já existe hoje uma solidariedade, já há uma percepção das aéreas brasileiras delas quererem comprar mais aeronaves da Embraer. Você compra, opera no Brasil e já está gerando emprego e renda no país. A gente está com toda uma visão estratégica”, disse o ministro.
Segundo o último balanço de entregas da Embraer, divulgado em 30 de janeiro, entre as principais empresas aéreas do Brasil, apenas a Azul utiliza aviões da companhia em sua frota comercial. A GOL tem em sua frota uma maioria de aviões da fabricante norte-americana Boeing (NYSE:BA), enquanto a Latam mescla Boeing e a europeia Airbus (EPA:AIR) em sua frota. Eis a íntegra do balanço (PDF – 349 kB).
O incentivo para estreitar as relações comerciais da Embraer com as 3 maiores empresas brasileiras foi uma estratégia apontada pelo economista José Roberto Afonso. Em entrevista ao Poder360, Afonso disse que o Brasil precisa aproveitar esse fator de contar com uma grande fabricante de aviões.
“Nós temos a Embraer, que, aliás, é um sucesso, um caso de sucesso internacional graças a investimentos e à inovação estatal. Poucas outras economias emergentes no mundo produzem aviões. […] Eu tenho que aproveitar isso e tornar uma vantagem”, declarou.
RECUPERAÇÃO DA GOL
Costa Filho minimizou os efeitos que a recuperação financeira da GOL terá no mercado aéreo brasileiro. Segundo o ministro, a companhia aérea brasileira sairá economicamente mais forte desse processo. A GOL entrou com um pedido de recuperação judicial nos EUA no final de janeiro deste ano.
O ministro citou a Latam como um exemplo de empresa bem-sucedida que passou pelo mesmo processo. A Latam, que saiu oficialmente do processo de recuperação judicial em novembro de 2022, é atualmente a maior empresa em movimentação de passageiros no mercado doméstico.
“Eu sinto que eles irão se fortalecer nesses próximos 2, 3 anos. A GOL vai sair maior desse processo e fortalecer a malha aérea brasileira”, disse Costa Filho.