Por Ana Mano
(Reuters) - Os auditores fiscais federais brasileiros iniciaram uma greve nacional por causa de salários, de acordo com uma postagem no site do sindicato, avisando que a ação iniciada na terça-feira duraria indefinidamente e incluiria um protesto em Brasília na próxima semana.
A mobilização, que preocupa comerciantes de commodities agrícolas, importadores de bens de capital e agências de navegação, pode afetar a movimentação de cargas em portos como o de Santos, o maior da América Latina.
Os auditores trabalham na alfândega, inspecionando cargas e também determinando impostos sobre importações e exportações.
"A greve ocorre em um momento em que o país enfrenta vários problemas logísticos e pode comprometer ainda mais o comércio exterior brasileiro", disse o escritório de advocacia Martinelli Advogados, de Santa Catarina.
O escritório observou que algumas empresas têm buscado medidas legais para evitar possíveis atrasos comerciais e logísticos.
O Sindifisco Nacional, o sindicato que representa os auditores federais, disse em um comunicado que 30% do efetivo continuaria em operação. A análise e o desembaraço de cargas prioritárias, como cargas vivas, perigosas, perecíveis, medicamentos e alimentos, não serão interrompidos, conforme exigido pela lei. Os demais produtos podem ser impactados, disse o sindicato, sem detalhar.
"Os auditores estão mobilizados desde julho, exigindo que o governo inicie negociações salariais", disse o site do sindicato na quarta-feira.
Os auditores federais planejam protestar na próxima quarta-feira em frente aos escritórios do Ministério da Fazenda do Brasil em Brasília, acrescentou o site.
O ministério se recusou a comentar.
A Autoridade Portuária de Santos não fez nenhum comentário imediato.
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) disse em seu site que está monitorando a situação.
(Reportagem de Ana Mano)