SÃO PAULO (Reuters) - O Grupo de Moda Soma (SA:GSOM3) pediu nesta sexta-feira registro para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), desafiando a turbulência recente do mercado financeiro provocada pela disseminação global do coronavírus.
A companhia, que se apresenta como a maior plataforma de moda do país, com 221 lojas de produtos para as classes A e B, a maioria em shopping centers. A Soma é dona de marcas como Animale, Cris Barros e A.Brand, para público feminino; Fábula, para crianças; e Foxton, para homens.
A empresa teve em 2019 receita líquida de 1,3 bilhão de reais, alta de 20,5% sobre o ano anterior, enquanto seu lucro líquido deu um salto de 48%, para 127 milhões de reais.
A oferta amplia a fila de empresas se preparando para listagem na bolsa paulista, mas é a primeira a se tornar pública após a derrocada das ações no mundo inteiro, diante do crescente temor de prejuízos da epidemia originada na China sobre a economia mundial. O Ibovespa (BVSP), principal índice acionário brasileiro, já caiu mais de 10% em três sessões.
O IPO do Grupo Soma, que envolve ofertas primária e secundária de ações, será coordenado por Itaú BBA, JPMorgan, Bank of America e XP Investimentos.
A companhia, cuja primeira marca, Animale, foi criada em 1991, cresceu apoiada num ciclo de aquisições. No prospecto preliminar da oferta, a Soma afirma que pretende usar o que captar com a oferta primária --ações novas, cujos recursos vão para o caixa -- para abrir mais lojas e comprar mais marcas, além de pagar dividendos e dívidas.
A oferta secundária --de papéis detidos por atuais sócios-- terá quase 40 vendedores.
Se levar adiante os planos de listagem, a Soma terá na B3 concorrentes setoriais incluindo Cia Hering (SA:HGTX3), Lojas Renner (SA:LREN3), Guararapes (SA:GUAR3) e Restoque (SA:LLIS3).
(Por Aluísio Alves)