Arena do Pavini - Cinco meses depois de uma troca de controle hostil, o comando da construtora Gafisa (SA:GFSA3) voltou a mudar hoje. Ele passou para um grupo de investidores financeiros locais, após leilão de ações detidas pela gestora de recursos GWI, do investidor Mu Hak You, segundo informações da agência Reuters citando pessoas próximas à operação. Foram leiloadas hoje, na B3, 14,6 milhões de ações, correspondentes a 33,67% dos papéis ordinários da construtora, pelo preço de R$ 9, movimentando R$ 131,4 milhões. A corretora Planner intermediou a operação. Antes do leilão, o grupo GWI possuía 49,94% da Gafisa, uma participação equivalente a 21.653.496 ações, segundo informações da companhia.
A GWI já havia confirmado que negociava a venda de sua participação na empresa. A gestora do empresário coreano Mu Hak You adquiriu o controle da Gafisa no mercado em setembro e trocou o Conselho de Administração e a diretoria executiva, que passaram a contar com funcionários da gestora e familiares do empresário. O objetivo era melhorar a eficiência da construtora, que passa por dificuldades, sob comando direto de Mu Hak. O empresário é conhecido por tentar participar ativamente da gestão das empresas em que investe, e já provocou disputas com sócios antes, nas Lojas Americanas (SA:LAME4) e, mais recentemente, na Saraiva (SA:SLED4).
O estilo de gestão agressiva da gestora GWI é famoso no mercado, com fundos de ações que operam com alta alavancagem e que têm grandes ganhos quando o mercado está subindo ao amplificar a tendência dos preços. Porém, quando a tendência do mercado muda, as carteiras têm fortes perdas. Em duas crises da bolsa, alguns fundos da GWI chegaram a perde mais de 80% de seu patrimônio. Na crise mais recente, em 2011, os investidores perderam todo o valor aplicado e ainda tiveram de completar o que o fundo perdeu nos mercados com mais dinheiro. O caso levou a CVM em 2017 a punir a gestora com multa e o empresário com inabilitação para gestão de fundos por cinco anos por desrespeitar os limites de concentração dos fundos.
Por Arena do Pavini