Ibovespa renova máximas em 7 meses após IPCA reforçar aposta de queda da Selic mais cedo

Publicado 07.06.2023, 10:05
Atualizado 07.06.2023, 11:15
© Reuters

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa renovava máximas em sete meses nesta quarta-feira, encostando nos 116 mil pontos, após dados sinalizando melhora no cenário para a inflação no país e corroborando as apostas de uma corte mais cedo da taxa Selic.

Às 10:52, o Ibovespa subia 1,15 %, a 115.923,04 pontos. Na máxima, chegou a 115.978,12 pontos, maior patamar intradia desde 9 de novembro de 2022.

O volume financeiro no pregão somava 4,9 bilhões de reais. Na quinta-feira, não haverá negociação no mercado de renda variável da B3 em razão do feriado de Corpus Christi.

De acordo com o IBGE, o IPCA subiu 0,23% em maio, após alta de 0,61% em abril, acumulando em 12 meses aumento de 3,94%. Expectativas compiladas pela Reuters apontavam elevação de 0,33% e 4,04%, respectivamente.

A meta para a inflação este ano é de 3,25%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

"A abertura qualitativa mostrou continuidade da melhora na composição", avaliou a estrategista de inflação da Warren Rena, Andréa Angelo.

Tal cenário tende a reforçar movimento desencadeado pelo IPCA-15 de maio, que desacelerou mais do que o previsto, levando muitos a apostar que o Banco Central dará início ao ciclo de cortes da taxa básica de juros em agosto.

"A melhoria das perspectivas de inflação, o fortalecimento do real e a estabilização das expectativas de inflação devem sustentar um pivô da política monetária em 2-3 meses", afirmou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs (NYSE:GS), Alberto Ramos.

De acordo com a equipe da corretora Commcor, após dados recentes da inflação mostrarem um arrefecimento dos preços além do esperado, a expectativa de que um corte na Selic está cada vez mais próximo ganhou espaço.

"Boa parte das projeções que antes indicavam a reunião (do Comitê de Política Monetária do Banco Central) de setembro como o início de tal ciclo agora migraram...para a reunião dos dias 1 e 2 de agosto", afirmou em relatório a clientes mais cedo.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subia 2,92%, a 28,87 reais, ajudada pela alta dos preços do petróleo no exterior. Além disso, o Morgan Stanley (NYSE:MS) elevou a recomendação das ações da companhia para "overweight", bem como preço-alvo dos ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) de 12,5 para 15,5 dólares. Em Nova York, os ADRs eram negociados em alta de 3%, a 13,03 dólares.

- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) mostrava alta de 8,26%, a 17,44, enquanto COGNA ON (BVMF:COGN3) tinha acréscimo de 3,26%, a 3,17 reais. Analistas do Itaú BBA ajustaram estimativas para as companhias citando um começo de ano positivo e elevaram os preços-alvo das ações de Yduqs de 11 para 18 reais e de Cogna de 3 para 3,50 reais. No entanto, reiteraram recomendação "market perform", avaliando que o ambiente macroeconômico incerto pode limitar a atuação dessas empresas no segmento presencial no curto prazo.

- GOL (BVMF:GOLL4) PN avançava 4,51%, a 10,2 reais, e AZUL PN (BVMF:AZUL4) subia 2,08%, a 20,62 reais, dado o potencial efeito benigno de queda nos juros para empresas com elevado endividamento, além do impacto no consumo.

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) tinha elevação de 3,76%, a 4,14 reais, com o setor de varejo e consumo como um todo se beneficiando do alívio na curva de juros na esteira dos dados do IPCA mostrando um arrefecimento mais forte do que as expectativas em maio. VIA ON (BVMF:VIIA3) ganhava 1,66%, a 2,45 reais.

- B3 ON (BVMF:B3SA3) valorizava-se 2,98%, a 14,84 reais endossada por relatório de analistas do Itaú BBA, elevando estimativas para a operadora da bolsa paulista e reiterando recomendação "outperform", com preço-alvo de 17 reais. Eles destacaram que o humor do mercado no Brasil melhorou claramente ultimamente e a B3 é uma ótima escolha para se ter em uma carteira, com espaço para uma revisão para cima das estimativas de lucros e múltiplos.

- ASSAÍ ON subia 1,8%, a 13,03 reais, em meio à chance de oferta de ações do varejista. De acordo com reportagem do Valor Econômico, alguns investidores estão sendo abordados por bancos para discutir a possibilidade de um follow-on do Assaí (BVMF:ASAI3), o que poderia levar à saída do Casino do quadro de acionistas da empresa. Em comunicado, o Assaí disse que não tem conhecimento das informações contidas na notícia. No setor, CARREFOUR ON avançava 4,83%, a 11,51 reais. O Bradesco BBI reforçou recomendação "outperform" para ambas as companhias, mas cortou o preço-alvo de Asaí de 19 para 17 reais e o de Carrefour (BVMF:CRFB3) de 19 para 16 reais.

- CSN MINERAÇÃO ON caía 2,52%, a 4,65 reais, com o setor de mineração e siderurgia como um todo mostrando desempenho mais fraco em relação ao Ibovespa, em parte refletindo movimento de rotação de papéis saindo de commodities para cíclicos domésticos. CSN ON (BVMF:CSNA3) perdia 2,12%, GERDAU PN (BVMF:GGBR4) declinava 0,16% e USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) recuava 0,14%. VALE ON (BVMF:VALE3) mostrava variação positiva de 0,8%, a 68,14 reais.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) tinha acréscimo de 0,59%, a 27,5 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) avançava 0,84%, a 16,73 reais.

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