(Atualiza texto e cotações)
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa se afastou das mínimas e operava próximo da estabilidade no começo da tarde desta segunda-feira, com Eletrobras entre os principais suportes, assim como a melhora de Petrobras, enquanto Vale ainda era um contrapeso negativo relevante na esteira de dados piores do que o esperado da economia chinesa.
Às 12:35, o Ibovespa operava estável, a 112.769,79 pontos, afastando-se do pior momento registrado mais cedo, quando caiu 1,5%, a 111.066,52 pontos. O volume financeiro somava 12,8 bilhões de reais.
A queda vem após o principal índice da bolsa paulista avançar 5,91% na semana passada - a quarta seguida de alta e maior ganho semanal desde novembro de 2020.
Nesta segunda-feira, a China minava o sentimento nos pregões, após dados mostrarem que a economia desacelerou inesperadamente em julho, com as atividades industrial e varejista sofrendo com a política de Covid zero e uma crise imobiliária.
Pouco antes da divulgação dos números, o banco central chinês cortou as principais taxas de empréstimo em uma ação inesperada nesta segunda-feira.
Em Wall Street, o S&P 500 recuava 0,1%.
Do ponto de vista técnico, analistas do Itaú BBA afirmaram que o Ibovespa está numa região que pode ser um divisor de águas na tendência de médio prazo. "Caso consiga firmar-se acima dos 113 mil pontos, as chances de retomada da alta em direção à máxima histórica aumentam", escreveram em relatório a clientes.
Do outro lado, eles avaliam que uma realização de lucros, caso aconteça, não mudaria a tendência de alta atual.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) perdia 2,58%, a 68 reais, pressionada pelo noticiário chinês, que fez os contratos futuros de minério de ferro recuarem nas bolsas de Dalian e Cingapura. O setor de mineração e siderurgia sofria como um todo nesta sessão, com CSN ON (BVMF:CSNA3) em baixa de 4,55%. A empresa divulga balanço do segundo trimestre nesta segunda-feira.
- ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) avançava 3,18%, a 48,39 reais, mesmo após reportar lucro líquido de 1,4 bilhão de reais no segundo trimestre, queda de 45% ante o mesmo período do ano anterior, devido "principalmente" a efeitos da variação cambial negativa de 625 milhões de reais pela exposição de dívida da empresa em dólar. O Ebitda ajustado, porém, cresceu 6%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subia 0,76%, a 31,95 reais, renovando máxima histórica intradia na máxima até o momento, a 32,15 reais. Mais cedo, o papel chegou a cair quase 3,7%, em meio a movimentos de realização de lucros após forte alta na semana passada e diante da queda do petróleo no exterior . A companhia anunciou nesta segunda-feira corte no preço da gasolina.
- IRB BRASIL (BVMF:IRBR3) RE ON mostrava queda de 6,93%, a 2,15 reais, em meio a preocupações sobre as condições de uma potencial oferta de ações que a resseguradora afirmou que avalia para captar recursos. No pior momento, na abertura, chegou a cair quase 15%, a 1,97 real. O IRB também divulgará balanço após o fechamento do mercado.
- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) subia 11,73%, a 4 reais, dando continuidade ao forte avanço da sexta-feira, com o setor de e-commerce entre as maiores altas - AMERICANAS ON avançava 12,96% e VIA ON tinha elevação de 10,38%. De pano de fundo, além da perspectiva de que o aperto monetário no Brasil pode ter acabado ou está perto do fim, o IBC-Br, sinalizador do PIB no Brasil, cresceu acima do esperado em junho.
- MÉLIUZ ON valorizava-se 11,94%, a 1,5 real, também ampliando a alta desde sexta-feira, a poucas horas da divulgação do resultado do segundo trimestre, previsto para após o fechamento do mercado. O papel, assim como LOCAWEB ON, que subia 6,14%, está entre os que se beneficiam da perspectiva de encerramento do ciclo de alta da Selic.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subia 0,22%, a 26,8 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) tinha queda de 0,82%, a 19,37 reais.
- M. DIAS BRANCO ON (BVMF:MDIA3) disparava 19,8%, a 39,15 reais, melhor desempenho do Small Caps após a empresa líder nos mercados de biscoitos e massas no Brasil reportar desempenho trimestral acima das expectativas do mercado, mais do que dobrando o resultado operacional. Analistas revisaram estimativas e elevaram preço-alvo. O JPMorgan (NYSE:JPM) também melhorou a recomendação das ações para 'neutra'.
(Edição de André Romani)