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Ibovespa cai ao menor nível em quase 2 meses com temor por desaceleração econômica

Publicado 27.09.2022, 17:54
© Reuters
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SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caiu ao menor nível em quase dois meses nesta terça-feira, contaminado pelo clima de cautela no exterior, dadas as preocupações de desaceleração econômica, enquanto localmente a proximidade das eleições gera cautela dos investidores.

Eletrobras foi a maior contribuição negativa ao índice, em dia ruim para as ações de empresas de energia elétrica, enquanto Petrobras fez contraponto diante da alta do petróleo.

O Ibovespa caiu 0,68%, a 108.376,35 pontos, o menor nível de fechamento desde 5 de agosto e terceira queda diária seguido. Na mínima da sessão, foi a 108.120,26 pontos. O volume financeiro da sessão foi de 27 bilhões de reais.

O índice abriu em alta, mas devolveu os ganhos no final da manhã, conforme Wall Street perdia tração após mais membros do Federal Reserve (Fed) sinalizarem apetite por altas de juros adicionais, mesmo sob o risco de uma recessão econômica.

James Bullard, do Fed de St. Louis, disse achar que os planos do Fed de aumentar os juros para cerca de 4,5% até o final deste ano levarão a política monetária dos Estados Unidos a um " nível restritivo" que desacelerará a economia e aliviará a inflação, enquanto Charles Evans, do Fed de Chicago, falou em necessidade de uma elevação em mais 1 ponto percentual neste ano.

Declarações de membros do Fed já haviam pesado nas bolsas nas últimas sessões. O S&P caiu 0,2%, para mínima de dois anos, após seis quedas consecutivas, enquanto o Nasdaq subiu 0,3%, interrompendo sequência negativa. Os índice das bolsas europeias caíram.

"Os investidores estão olhando em cada vírgula de fala dos membros do Fed que têm direito a voto, disse Lucas Carvalho, analista chefe da Toro Investimentos. "Já está um tanto quanto contratada uma recessão nos EUA e na zona do euro, o que traz grande volatilidade e preocupação dos investidores".

Localmente, uma deflação maior do que a esperada pelo mercado em setembro movimentou o mercado, assim como a ata da última reunião do Banco Central, no qual o órgão interrompeu o ciclo de alta de juros. Economistas viram poucas novidades frente ao comunicado da semana passada.

Houve também certa cautela no mercado por causa das eleições presidenciais no Brasil no domingo, segundo agentes de mercado. "Ninguém quer assumir um risco maior antes de saber o resultado", disse Lucas Xavier, analista técnico da Warren, que vê o Ibovespa em uma zona de "marasmo" em termos gráficos.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançou 0,7%, a 29,67 reais, diante de alta de 2,6% nos preços do petróleo Brent, ante temores com a oferta no Golfo do México devido ao furacão Ian e alívio do dólar. Ainda assim, PRIO ON caiu 0,15% e 3R PETROLEUM ON cedeu 0,1%.

- ELETROBRAS ON (BVMF:ELET3) exibiu baixa de 2,9%, a 43,25 reais, em sessão negativa para papéis de energia elétrica. ENERGISA UNIT reduziu 3,7% e COPEL PNB (BVMF:CPLE6) recuou 3,2%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) cedeu 0,44%, a 67,70 reais, mesmo com a reação dos futuros do minério de ferro na Ásia.

- GERDAU PN (BVMF:GGBR4) destoou do setor e subiu 2,6%, a 23,77 reais. METALÚRGICA GERDAU PN (BVMF:GOAU4) avançou 1,2%.

- SUZANO (BVMF:SUZB3) ON subiu 2,1%, a 43,33 reais, reduzindo a queda no ano a 26,2%. O presidente da empresa, Walter Schalka, disse que o mercado está míope em relação ao momento da empresa, especialmente o preço da celulose, segundo o Brazil Journal.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 0,9% e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdeu 0,8%, estendendo recuo das últimas sessões.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) ganhou 0,6%, a 13,54 reais, após o JPMorgan (NYSE:JPM) elevar a recomendação da ação a "neutra", citando melhora de preços dos produtos, redução de custos com milho e avaliação mais razoável do papel.

© Reuters. REUTERS/Paulo Whitaker

- ALPARGATAS PN (BVMF:ALPA4), dona da marca Havaianas, cedeu 4,8%, a 21,03 reais, maior baixa do Ibovespa na sessão.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) ganhou de 1%, a 12,59 reais, após a indiana Blade fechar pedido de compra de até 200 veículos elétricos de decolagem e aterrissagem vertical da Eve, controlada da fabricante brasileira de aeronaves.

(Por Andre Romani)

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