Ibovespa ensaia melhora com trégua NY; Petrobras pesa

Publicado 09.04.2025, 10:49
Atualizado 09.04.2025, 12:20
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa ensaiava uma melhora nesta quarta-feira, endossada por Wall Street, mas a trégua é frágil, em meio a uma nova escalada na guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A China anunciou que irá impor tarifas de 84% para produtos norte-americanos a partir de quinta-feira, acima dos 34% anunciados anteriormente. A União Europeia também disse que iniciará sua retaliação contra tarifas dos EUA em 15 de abril.

As tarifas "recíprocas" de Trump sobre dezenas de países entraram em vigor nesta quarta-feira, incluindo uma alíquota de 104% sobre produtos chineses.

Às 11h37, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,27%, a 124.269,82 pontos, após recuar a 122.887,13 pontos mais cedo, na mínima até o momento. Na máxima, chegou a 124.718,59 pontos. O volume financeiro somava R$7,58 bilhões.

"O Ibovespa está em tendência de baixa pelas médias de 21 e 200 dias", afirmou o analista técnico Gilberto Coelho, da XP (BVMF:XPBR31), em relatório da clientes nesta quarta-feira.

Coelho disse que o índice tentou esboçar uma alta (na véspera), mas perdeu força durante o pregão e fechou em queda, "perdendo inclusive a mínima anterior, e se perder os 122.500 pode buscar os 118.220 no fundo do ano ou 115.500 por Fibonacci".

"Um fechamento acima dos 128.100 traria de volta uma leitura altista mirando resistências nos 130.000 ou 133.900", acrescentou.

Em Nova York, o S&P 500 mostrava acréscimo de 0,54%, após fechar em queda nas últimas quatro sessões, período em que acumulou uma perda de pouco mais de 12%.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse nesta quarta-feira acreditar que o governo Trump pode chegar a acordos tarifários com os aliados dos EUA, mas a que China continua sendo um caso isolado devido à sua retaliação.

Bessent assumirá um papel de liderança nas negociações sobre as tarifas de Trump com mais de 70 países nas próximas semanas.

O presidente-executivo do JPMorgan (NYSE:JPM) Chase, Jamie Dimon, pediu nesta quarta-feira progresso rápido nas negociações comerciais para acalmar os mercados.

"Eu espero que o que eles realmente...resolvam essas coisas rapidamente", disse o executivo no programa "Mornings with Maria", da Fox Business. "Se eles querem acalmar os mercados, mostrem progresso nessas coisas."

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 0,59% e PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) perdia 1,01%, em meio a uma nova queda relevante dos preços do petróleo no exterior, refletindo os temores de recessão pelo conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo., O barril de Brent caía 4,52%, a US$59,98, pesando sobre o setor de óleo e gás da bolsa paulista como um todo. BRAVA ON, PETRORECONCAVO ON e PRIO ON (BVMF:PRIO3) cediam 5,57%, 1,82%, e 2,13%, respectivamente.

- VALE ON (BVMF:VALE3) tinha variação positiva de apenas 0,08%, afastando-se da máxima da sessão, quando subiu mais de 1%, buscando uma trégua após cinco quedas seguidas, período em que acumulou um declínio de quase 14%. Em Dalian, na China, o contrato futuro do minério de ferro mais negociado encerrou as negociações do dia com queda de 2,68%, a 689 iuans (US$93,74) a tonelada. No início da sessão, atingiu mínima desde 24 de setembro, em 670,5 iuans por tonelada.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) valorizava-se 0,35%, tendo também no radar dados do Banco Central mostrando que as concessões de empréstimos no Brasil caíram 1,2% em fevereiro ante janeiro, enquanto o estoque total de crédito subiu 0,4%, a R$6,487 trilhões. A inadimplência no segmento de recursos livres, ficou em 4,5%, de 4,4% no mês anterior. BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) avançava 1,5%, mas BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) perdia 0,94% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) cedia 0,19%.

- MINERVA ON (BVMF:BEEF3) mostrava elevação de 6,24%, em dia positivo para o setor de proteínas, com BRF ON (BVMF:BRFS3) em alta de 4,2%, JBS ON (BVMF:JBSS3) subindo 3,06% e MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) com acréscimo de 2,98%.

- WEG ON (BVMF:WEGE3) subia 1,27%, buscando nova recuperação, após perdas recentes. Analistas de Itaú BBA e Safra destacaram que a ação segue como um boa aposta no longo prazo, apoiada por tendências estruturais. No curto prazo, porém, veem um cenário ainda incerto devido às tarifas dos EUA e receios com a recessão global. "Não é uma recomendação para o primeiro ou segundo trimestre de 2025... No entanto, para investidores 'long only'...que podem suportar alguns trimestres desafiadores, pode ser uma oportunidade para começar a comprar", disse o Itaú BBA.

- RD (BVMF:RADL3) SAÚDE ON era negociada em alta de 2,12%, entre as principais contribuições positivas para o Ibovespa, após fechar em queda nos três pregões anteriores.

- GPA (BVMF:PCAR3) ON saltava 8,14%, em dia mais positivo para o setor, com o índice de consumo da B3 (BVMF:B3SA3) em alta de 1,75%. O papel vinha de quatro quedas, tendo somado uma perda de 12,5% nesse intervalo. As ações têm mostrado forte volatilidade recentemente em meio à perspectiva de mudança do conselho de administração.

- COGNA ON (BVMF:COGN3) avançava 5,47%, acompanhada de perto pela rival YDUQS ON (BVMF:YDUQ3), que se valorizava 1,92%. No radar, o Ministério da Educação publicou portaria que prorrogou prazos para criação de novos referenciais de qualidade e marco regulatório para oferta de cursos de graduação na modalidade a distância e procedimentos para processos regulatórios de instituições de ensino superior e cursos de graduação na modalidade a distância (EaD).

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