Ibovespa fecha em alta puxado por Petrobras e com Trump no radar

Publicado 17.04.2025, 17:05
© Reuters. Sede da B3n09/03/2021nREUTERS/Amanda Perobelli

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, superando os 130 mil pontos no melhor momento, em movimento puxado pelas ações da Petrobras na esteira do avanço do petróleo no exterior e corte conservador no preço do diesel.

A sessão também teve como pano de fundo declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que espera fazer um acordo comercial com a China, embora ele não tenha dado detalhes ou indicações de como as negociações serão iniciadas.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,04%, a 129.650,03 pontos, chegando a 130.090,65 pontos na máxima e marcando 127.973,14 pontos na mínima da sessão. Na semana, acumulou alta de 1,54%.

O volume financeiro nesta quinta-feira totalizou apenas R$22 bilhões, mesmo em pregão marcado pelo vencimento de opções sobre ações, dada a cautela com o feriadão no Brasil.

O mercado acionário brasileiro estará fechado na sexta-feira e na segunda-feira por feriados nacionais, enquanto Wall Street também não terá negociações na sexta-feira, mas funciona normalmente na segunda-feira.

Na visão do estrategista Felipe Paletta, da EQI Research, a bolsa refletiu um movimento clássico de diminuição de liquidez e predisposição a risco, em razão dos feriados.

Ele destacou o desempenho das petrolíferas, conforme o petróleo recuperou terreno, com o Brent fechando a US$67,96 o barril, após ser negociado abaixo dos US$60 na semana passada. Na mínima intradia do último dia 9, marcou US$58,40.

Em Wall Street, as bolsas fecharam sem uma tendência única, com o S&P 500 em alta de 0,13%, mas o Nasdaq Composite caindo 0,13% e o Dow Jones recuando 1,33%.

Em um ambiente marcado por receios de uma nova escalada ou um prolongamento das tensões comerciais entre EUA e China, Trump afirmou que fará um acordo com Pequim, mas não deu detalhes.

"Oh, nós vamos fazer um acordo", disse Trump na Casa Branca em resposta à pergunta de um repórter sobre pegar o telefone para ligar para o presidente da China, Xi Jinping. "Acho que vamos fazer um acordo muito bom com a China."

Mais cedo, o Ministério do Comércio da China pediu aos EUA que parassem de exercer "pressão extrema" sobre a segunda maior economia do mundo e exigiu respeito em qualquer negociação comercial.

A ausência de detalhes e o impasse sobre quem deveria começar as negociações, contudo, atenuou o efeito da declaração nos mercados.

De acordo com a equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú, chefiada pelo ex-diretor do BC Mario Mesquita, os desdobramentos relacionados às tarifas comerciais seguirão ditando o grau de aversão a risco dos mercados na próxima semana.

Trump também afirmou aos repórteres que não está satisfeito com o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmando que ele está "atrasado demais" para tomar medidas, e disse acreditar que Powell deixará seu cargo se ele pedir.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 1,91%, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, com o Brent avançando 3,2%. A estatal anunciou redução do preço médio do diesel vendido em suas refinarias em 3,4% a partir de sexta-feira, na esteria da forte queda do petróleo nas últimas semanas. Especialistas destacaram que o corte no preço era aguardado e foi conservador. PETROBRAS ON (BVMF:PETR3) valorizou-se 2,57%.

- VALE ON (BVMF:VALE3) fechou em alta de 0,61%, após duas quedas seguidas, que somaram uma perda de mais de 3%. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian devolveu parte dos ganhos registrados no começo da sessão e encerrou as negociações do dia praticamente estável, a 707 iuanes (US$96,79) a tonelada. No início da sessão, o contrato chegou a subir a 718 iuanes.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) encerrou com acréscimo de 0,18%, em sinal acompanhado por BRADESCO PN (BVMF:BBDC4), que subiu 0,47% e BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT, que ganhou 2,06%. Na contramão, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) perdeu 0,8% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) cedeu 0,18%.

- LWSA ON (BVMF:LWSA3) saltou 15,51%, tocando máxima desde dezembro, a R$3,5 no fechamento, em sua quarta alta seguida. Analistas do Itaú BBA citaram em relatório nessa semana que a ação ficou entre aquelas em que as partes relacionadas (membros do conselho de administração, acionistas do bloco de controle e diretores) compraram o maior número de ações líquidas como percentual do total de ações em circulação. O papel deve ficar de fora da nova composição do Ibovespa, que entra em vigor em maio.

- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) disparou 10,9%, endossada por relatório do JPMorgan (NYSE:JPM) elevando a recomendação dos papéis para "overweight" e o preço-alvo de R$10,50 para R$20, em dia positivo para o setor. COGNA ON (BVMF:COGN3) subiu 5,6%, mesmo com os analistas do banco norte-americano cortando a recomendação das ações para "neutra". Fora do Ibovespa, ANIMA ON (BVMF:ANIM3), que passou para "overweight", saltou 17,87% e SER ON, que sofreu "downgrade" para neutra, ganhou 4,76%.

- RD (BVMF:RADL3) SAÚDE ON fechou em baixa de 3,05%, no segundo pregão seguido de queda. Alguns analistas ainda veem um cenário desfavorável de curto prazo para o setor, entre outras razões pelo reajuste baixo do teto de preços dos medicamentos. Na véspera, a Anvisa também decidiu que canetas emagrecedoras só poderão ser vendidas com retenção da receita.

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