Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em baixa nesta quarta-feira, mas com o avanço da Vale atenuando o efeito do movimento dos títulos do Tesouro norte-americano, enquanto agentes financeiros aguardam dados dos Estados Unidos para buscar mais pistas sobre os próximos passos do Federal Reserve.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,33 %, a 124.740,69 pontos. Na máxima do dia, o Ibovespa chegou a 125.472,55 pontos. Na mínima, a 124.555,92 pontos. O volume financeiro no pregão somou 20,09 bilhões de reais.
Nos EUA, o rendimento do Treasury de 10 anos avançava a 4,6438% no final do dia, com a retomada da cautela antes de relevantes dados sobre a inflação norte-americana agendados para a sexta-feira. Um dia antes está previsto o PIB do primeiro trimestre da maior economia do mundo.
O movimento dos títulos do Tesouro dos EUA tem sido acompanhado também pelo Banco Central no Brasil, que quer, segundo o seu diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, "tempo" para entender como os reajustes na curva de juros norte-americana afetarão o mandato local de controle da inflação.
No mercado brasileiro, agentes têm ajustado previsões sobre os cortes na Selic, com a pesquisa Focus da véspera mostrando que a mediana das expectativas agora aponta para uma taxa de 9,50% no final de 2024 e de 9% no término de 2025 -- ante previsão anterior de 9,13% e 8,50% anteriormente.
O cenário externo combinado com as mudanças nas apostas sobre a Selic e o quadro fiscal ainda difícil no Brasil têm elevado as taxas dos contratos de DI, minando principalmente ações na bolsa paulista mais sensíveis a juros, como as do setor imobiliário ou as de empresas de consumo.
Na visão do chefe da EQI Research, Luís Moran, a bolsa está sem uma tendência clara uma vez que as divulgações mais relevantes da semana estão reservadas apenas para os próximos dias.
"Não tem nada de relevante (em termos de indicadores econômicos) saindo, então o mercado ficou meio que perdido", disse.
Ainda em Wall Street, os principais índices acionários fecharam também com variações tímidas. O S&P 500 registrou uma variação positiva de 0,02%, o Nasdaq mostrou acréscimo de 0,1% e o Dow Jones cedeu 0,11%.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,24%, a 63,56 reais, favorecida pela recuperação dos preços do minério de ferro na China, onde o contrato futuro da commodity mais líquido na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com alta de 3,08%. A mineradora divulga o balanço dos primeiros três meses do ano após o fechamento. Projeções compiladas pela LSEG apontam Ebitda de 3,65 bilhões de dólares.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 0,46%, a 41,23 reais, tendo como pano de fundo a fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent encerrou transacionado com declínio de 0,45%
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 0,44%, a 31,86 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) terminou estável, a 13,67 reais, após desempenho mais robusto na véspera.
- PETZ ON (BVMF:PETZ3) desabou 9,51%, a 4,66 reais, em dia de ajustes, após as cotações dispararem desde o anúncio pela rede de lojas de produtos e serviços para animais de estimação na semana passada de memorando de entendimento não vinculante com a rival Cobasi para criarem a maior companhia no setor do país.
- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) perdeu 1,41%, a 11,20 reais, após divulgar na noite da véspera vendas brutas de 27,8 bilhões de reais no primeiro trimestre, considerando as vendas de combustíveis, aumento de 2,5% ante mesmo período de 2023. Excluindo combustíveis, as vendas consolidadas do grupo totalizaram 27 bilhões de reais no período, avanço também de 2,5%.
- ASSAÍ ON avançou 0,51%, a 13,77 reais, antes da divulgação do balanço do primeiro trimestre, após o fechamento do mercado. Estimativas compiladas pela LSEG apontam resultado operacional medido pelo Ebitda de 1,19 bilhão de reais, com as receitas somando 17,44 bilhões de reais no período.
- CIELO ON (BVMF:CIEL3) fechou estável, a 5,59 reais, após acionistas da empresa de meios de pagamentos rejeitarem em assembleia especial na terça-feira proposta de minoritários para realizar nova avaliação das ações no âmbito da oferta destinada a fechar o capital da companhia.
- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) valorizou-se 1,52%, a 12,04 reais, tendo no radar resultado da Heineken nos primeiros três meses do ano. Comentando o desempenho no Brasil, o CEO da segunda maior cervejaria do mundo afirmou que a companhia se tornou a marca número 1 em valor no país e que a receita líquida cresceu entre 10% e 14% no período. A Ambev divulga seu balanço no dia 8 de maio.
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