Por Peter Frontini
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava nesta segunda-feira, apoiado pela melhora do humor em mercados globais, diante da evolução do quadro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após ser internado com Covid-19 na sexta-feira.
Às 11:40, o Ibovespa subia 0,48%, a 94.471,45 pontos. O volume financeiro era de 6,25 bilhões de reais.
Após o diagnóstico de coronavírus de Trump impactar mercados em todo o mundo na sexta-feira, o quadro clínico do presidente dos EUA seguiu apresentando melhora durante a noite, e a Casa Branca está otimista de que ele deixará o hospital nesta segunda-feira, informou a Fox News, citando uma declaração do chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows.
Também chamava a atenção de investidores a declaração de Meadows de que ainda há potencial para chegar a um entendimento com os parlamentares sobre mais estímulos econômicos durante a pandemia, e que o presidente Trump está comprometido em efetivar um acordo.
Na frente doméstica, as indefinições sobre o novo programa de transferência de renda do governo Jair Bolsonaro ainda preocupavam o mercado.
Para analistas da Terra Investimentos, a "indefinição do governo pode levar volatilidade ao mercado durante a semana", afirmaram em nota, acrescentando que pode ser destacado o contínuo desgaste do ministro Paulo Guedes com outros membros do governo e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Guedes participa nesta manhã de encontro com o senador Marcio Bittar (MDB-AC), relator do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2021 e da PEC do Pacto Federativo, após uma reunião mais cedo no Palácio da Alvorada com o presidente Bolsonaro e ministros do governo na qual Guedes não estava presente, que, segundo fontes, tinha como objetivo alinhar a pauta política do governo.
A última sexta-feira foi marcada por estresse no mercado em meio a críticas que Marinho teria feito a Guedes num evento fechado com um grupo de economistas.
Na agenda de indicadores econômicos, o setor de serviços brasileiro voltou a crescer em setembro depois de seis meses de retração, diante da reabertura das empresas após o relaxamento das medidas de contenção ao coronavírus, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI). O índice subiu a 50,4 em setembro, ante 49,5 em agosto.
DESTAQUES
- VALE ON (SA:VALE3) ganhava 1,9%, apoiando o Ibovespa devido ao forte peso que os papéis da companhia exercem sobre o índice. CSN ON (SA:CSNA3) avançava 4,1%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) e PETROBRAS ON (SA:PETR3) subiam 1,6% e 1,5%, respectivamente. Os preços dos contratos futuros do petróleo tinham forte alta nesta segunda-feira, diante das notícias sobre a melhora de Trump, que derrubaram a commodity na sexta-feira.
- ITAÚ UNIBANCO PN caía 0,2%, segurando o índice. BRADESCO PN (SA:BBDC4) recuava 0,6%, enquanto SANTANDER UNT (SA:SANB11) desvalorizava-se 0,8%.
- MINERVA ON (SA:BEEF3) subia 0,6%, após aprovar programa de recompra de ações. No setor, JBS ON (SA:JBSS3) avançava 1,1%, enquanto MARFRIG ON (SA:MRFG3) ganhava 0,9%.
- COGNA ON (SA:COGN3) perdia 3%, como maior queda da sessão, enquanto YDUQS ON (SA:YDUQ3) tinha recuo de 2,55%. Fora do Ibovespa, ÂNIMA caía 2,6% e SER EDUCACIONAL ON (SA:SEER3) tinha queda de 1,1%, com o setor na expectativa da conclusão do acordo envolvendo as operações nacionais da Laureate nas próximas semanas.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)