Ibovespa recua com bancos e ceticismo do mercado sobre pacote fiscal

Publicado 21.11.2024, 19:00
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Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, após tocar uma mínima em mais de três meses, pressionado pela performance negativa de grandes bancos e em meio ao ceticismo do mercado em relação ao pacote de corte de gastos prometido pelo governo federal.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,99%, a 126.922,11 pontos, em retorno de feriado local, tendo marcado 128.196,63 na máxima e 126.593,85 na mínima do dia, menor patamar intradiário desde 7 de agosto. O volume financeiro somou 22,06 bilhões de reais.

"O grande tema continua sendo a expectativa pelo pacote de corte de gastos que deve ser anunciado pelo governo", afirmou o especialista em renda variável William Schabarum, da Nippur Finance, acrescentando que a demora "tem estressado o mercado".

Prometido para ser apresentado após as eleições municipais, o pacote de medidas para contenção de gastos do governo está perto de completar mais uma semana de espera, ainda sem data oficial para divulgação.

Nesta manhã, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse em entrevista à GloboNews que há expectativa de que a redação do pacote seja finalizada nesta semana, com data de anúncio a ser definida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já havia dito que o pacote estava praticamente fechado, havendo apenas a pendência de resposta do Ministério da Defesa, e que seria divulgado "em breve", conforme entrevista ao Times Brasil/CNBC no domingo.

Haddad se reuniu na tarde desta quinta-feira com Lula e outros representantes dos setores de atacado e varejo.

"Tem muito ponto em aberto em que o mercado de fato está cético", disse o head de análises da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino. "Está sendo criada uma expectativa por parte do governo de algo muito bom, mas o mercado dessa vez está esperando para ver."

A sessão ainda teve como pano de fundo um cenário político conturbado em Brasília, com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, além de outras 36 pessoas, embora tais ruídos não tenham exercido efeito sobre o mercado doméstico, na visão de Schabarum.

"Os principais impactos que vemos hoje são oriundos da atual política fiscal", afirmou o especialista da Nippur Finance.

Na contramão da cena local, os principais índices acionários em Nova York fecharam em terreno positivo, com Dow Jones e S&P 500 atingindo picos em uma semana, enquanto o yield do Treasury de 10 anos marcava 4,4218% no final da tarde, de 4,4060% na véspera.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) perdeu 1,73%, BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuou 2,28% e BTG PACTUAL (BVMF:BPAC11) UNIT caiu 2,75%, entre as principais pressões de baixa para o Ibovespa. Ainda no setor, BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) fechou em queda de 0,36% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) desvalorizou-se 0,16%.

- WEG ON (BVMF:WEGE3) teve declínio de 0,74%, com queda semanal de mais de 1% até agora. A companhia informou na quarta-feira, feriado no Brasil, que investirá cerca de 62 milhões de dólares para expandir a capacidade produtiva em seu parque fabril em Rugao, na China. O plano também inclui a construção de um prédio de 30 mil metros quadrados com capacidade para fabricação de motores de alta tensão, com a conclusão desta etapa prevista para 2026.

- VALE ON (BVMF:VALE3) fechou com queda marginal de 0,1%, apesar do avanço nos futuros de minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,39%, a 777,50 iuanes (107,38 dólares) a tonelada.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) subiu 0,29%, com agentes à espera de mais detalhes do plano de negócios da estatal entre 2025 e 2029, que tem divulgação prevista esta quinta-feira. O papel também seguiu a alta nos preços do petróleo no exterior, em meio à escalada do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, na qual o barril de Brent, referência para a petrolífera, fechou com valorização de 1,95%, a 74,23 dólares.

- GERDAU PN (BVMF:GGBR4) avançou 0,41%, após iniciar o pregão no vermelho. A siderúrgica anunciou pela manhã acordo para comprar as participações de Sumitomo Corporation (39,53%) e The Japan Steel Works (1,74%) na Gerdau Summit em uma operação de cerca de 32,6 milhões de dólares, passando a deter 100% do capital social da companhia.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) ganhou 3,28%, na segunda sessão de alta para a companhia, uma das maiores empresa de alimentos do mundo. A processadora anunciou na véspera a aquisição de uma fábrica de processados na província de Henan, na China, na qual investirá cerca de 460 milhões de reais para fincar posição como produtora no gigante asiático. A previsão é que a nova unidade produtiva esteja operando sob a gestão da BRF ainda no primeiro trimestre de 2025.

- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subiu 3,32%, em meio à elevação do seu preço-alvo a 55 dólares, de 40 anteriormente, pelo BofA (NYSE:BAC) Global Research, que reiterou recomendação de "compra" para o papel e destacou uma carteira de pedidos firmes crescente e uma gestão proativa da cadeia de suprimentos por parte da fabricante de aviões.

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