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Ibovespa sobe com Fed sem surpresas e educação em destaque; XP dispara 27% na Nasdaq

Publicado 11.12.2019, 19:09
© Reuters. Painel na bolsa de valores de São Paulo
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em leve alta nesta quarta-feira, marcada por decisão sem surpresas do Federal Reserve e alta expressiva de papéis de educação após o governo flexibilizar regras relacionadas ao ensino à distância.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,26%, a 110.963,87 pontos. O volume financeiro somou 19,35 bilhões de reais.

Na visão do gestor Ricardo Campos, sócio-fundador da Reach Capital, o Ibovespa tem oscilado relativamente pouco em razão da proximidade do fechamento de 2019, com muitos fundos com bons resultados preferindo não arriscar a poucos dias do fim do ano.

Das 68 ações que compõem o Ibovespa, apenas oito papéis acumulam queda em 2019. "Praticamente todas as empresas do índice andaram bem", destacou.

No exterior, o banco central norte-americano manteve a taxa básica de juros em sua atual meta, entre 1,50% e 1,75% ao ano, 13 dos 17 membros do comitê de política monetária do Fed não prevendo mudanças nas taxas em 2020.

Na visão do estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, qualquer mudança na direção da política monetária ocorrerá apenas com eventuais surpresas no cenário. "O Fed será reativo, não proativo", afirmou em comentário no Twitter.

A chamada 'super quarta', contudo, não trouxe grandes novidades do embate comercial China-EUA, a poucos dias de entrarem em vigor tarifas sobre quase 160 bilhões de dólares em produtos chineses.

Em Wall Street, com o noticiário corporativo também sob os holofotes, o S&P 500 fechou em alta de 0,3%.

XP

Investidores no Brasil também repercutiram a estreia vistosa das ações da XP Inc na Nasdaq, nos EUA, que fecharam em alta de 27,6%, a 34,46 dólares, avaliando a empresa em cerca de 78,3 bilhões de reais, considerando o dólar a 4,1195 reais.

Na visão da equipe do Safra, o sucesso do IPO da XP chancela a perspectiva do mercado de que a empresa continua apresentando altas taxas de crescimento, se beneficiando da intermediação dos bancos no universo de investimentos, conforme nota a clientes.

Ainda nesta quarta-feira, o Banco Central brasileiro reduziu de 5% para 4,50% ao ano a taxa básica de juros.

Campos, da Reach Capital, destacou que o corte de 0,5 ponto era 'dado' e que o foco está na sinalização das próximas decisões, sem consenso ainda. Para ele, o Copom deve apontar na direção de um ajuste fino. "Ou ele deixa em aberto para não fazer nada ou corta em 0,25 ponto."

DESTAQUES

- COGNA ON e YDUQS ON (SA:YDUQ3) subiram 7,1% e 4,25%, respectivamente, após o Ministério da Educação permitir que até 40% da carga horária dos cursos superiores presenciais da rede federal seja ofertada na modalidade de ensino a distância (EAD). Na visão do analista Pedro Mariani, do Bank of America Securities, a mudança aumenta substancialmente a flexibilidade para um uso mais forte do conteúdo de EAD no portfólio local, potencialmente gerando uma economia significativa de custos para as empresas de ensino superior. Fora do Ibovespa, SER EDUCACIONAL ON (SA:SEER3) subiu 7,6% e ANIMA ON (SA:ANIM3) ganhou 2,3%.

- ITAÚ UNIBANCO PN fechou em queda de 1,2%, mesmo após o IPO da XP Inc, na qual detém participação relevante. A equipe da Safra disse acreditar que o IPO deve trazer um resultado positivo para o Itaú de cerca de 1,2 bilhão de reais com a reavaliação da participação do Itaú no patrimônio da XP. No setor, BTG PACTUAL (SA:BPAC11) UNIT, que também vinha sendo influenciado pelas expectativas em torno do IPO da XP, caiu 0,9%.

- BANCO DO BRASIL ON (SA:BBAS3) encerrou com variação positiva de 0,15%, tendo de pano de fundo redução da diretoria executiva da instituição e reorganização de suas atribuições, aprovadas pelo conselho de administração, em mudanças fundamentadas na estratégia corporativa 2020-2024. Ainda no setor de bancos, BRADESCO PN (SA:BBDC4) caiu 0,6% e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) cedeu 0,25%.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caiu 0,13% e PETROBRAS ON (SA:PETR3) teve oscilação positiva de 0,03%, sucumbindo à fraqueza dos preços do petróleo no mercado externo. A companhia está em negociações para listar em 2020 pelo menos duas companhias --Braskem e Gaspetro-- no Novo Mercado da B3, mais alto nível de governança da bolsa paulista, como parte de um plano de desinvestimentos que busca otimizar o valor dos ativos.

- VALE ON (SA:VALE3) fechou com acréscimo de 1,2%, em movimento alinhado a de outras mineradoras, diante da alta dos preços do minério de ferro na China.

- JBS ON (SA:JBSS3) caiu 2,1% e BRF ON (SA:BRFS3) cedeu 2,5%, entre as maiores quedas do Ibovespa. De acordo com a agência Dow Jones, a rival Tyson Foods, dos Estados Unidos, deve cumprir até o fim deste ano os requisitos necessários para vender carne de frango para a China, disse Bernie Adcock, diretor da cadeia de suprimentos da divisão de aves da companhia.

- B3 ON recuou 1,3%, também destaque do lado negativo do Ibovespa. Mais cedo, companhia divulgou que o volume médio diário (ADV) de contratos negociados no segmento de ações foi de 1,65 milhão, acima do total de 888 mil em novembro de 2018 e quase estável em relação a outubro. Já a receita por contrato (RPC) média ficou em 981 reais, alta anual de 25,9%, mas queda de 10,1% em relação a outubro.

© Reuters. Painel na bolsa de valores de São Paulo

- RESTOQUE ON disparou 8,4%, após a dona de marcas como Le Lis Blanc (SA:LLIS3), Dudalina e Rosa Chá anunciar nesta quarta-feira que realizará oferta primária de até 17,25 milhões de ações com esforços restritos, que deve ser precificada em 18 de dezembro.

- BANCO BMG PN subiu 2,65%, tendo no radar abertura do programa de recompra de até 11.994.003 ações preferenciais do banco a partir desta quarta-feira, com prazo até 8 de dezembro de 2020. O montante equivale a até 10% dos papéis em circulação no mercado.

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