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Ibovespa tem leve queda com tombo de Natura&Co

Publicado 14.03.2023, 17:52
© Reuters. Telão na B3 mostra flutuações do mercado financeiro
28/10/2021
REUTERS/Amanda Perobelli
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou queda nesta terça-feira pelo quarto pregão seguido, prejudicado nesta sessão pelo tombo de mais de 17% de Natura&Co após resultado trimestral fraco, que refreou o efeito positivo de Wall Street, em meio a expectativas relacionadas à próxima decisão de juros do Federal Reserve (Fed).

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,18%, a 102.932,38 pontos, influenciado também por operações visando o vencimento de opções do índice na quarta-feira. O volume financeiro somou 22,7 bilhões de reais.

Em Nova York, o S&P 500 avançou 1,68%, com agentes financeiros ponderando como o colapso do Silicon Valley Bank, que desencadeou preocupações com o setor bancário norte-americano, pode influenciar a decisão de juros do banco central dos Estados Unidos em reunião nos dias 21 e 22 de março.

Na semana passada, a aposta de uma alta mais forte na taxa de juros - de 0,50 ponto percentual, contra 0,25 ponto na decisão anterior - ganhou força após declarações do chair do Fed, Jerome Powell, mas receios sobre uma eventual crise financeira após o episódio SVB esfriaram ainda mais tal visão.

Após a falência do SVB, analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) afirmaram que não esperam qualquer aumento na próxima semana.

De acordo com Matheus Willrich, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, observou-se uma reprecificação da curva de juros dos EUA, que passou a precificar a chance de uma queda no juro norte-americano ainda neste ano, enquanto antes embutia uma chance só para o primeiro trimestre de 2024.

Ao mesmo tempo, ele ressaltou que dados de preços ao consumidor nos EUA nesta terça-feira, embora dentro das expectativas, continuaram pressionados, endossando questionamentos sobre se o nível atual dos juros conseguirá trazer a inflação para a meta do Fed, de 2%.

O Departamento do Trabalho dos EUA divulgou pela manhã que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acumulou uma alta de 6% em 12 meses até fevereiro, enquanto o núcleo, que exclui alimentos e energia, aumentou 5,5%.

"Parece que a mera lembrança da crise de 2008, causa mais pânico do que a alta da inflação", destacou Vitoria Saddi, sócia da SM Futures. Mesmo com o núcleo ainda bastante elevado, acrescentou, o "mercado acredita que o Fed possa subir juros em 0,25 ponto ou mesmo manter a taxa na próxima reunião."

Destaques

-NATURA&CO ON. (BVMF:NTCO3) desabou 17,49%, a 12,22 reais, após a fabricante de cosméticos reportar prejuízo líquido de 890,4 milhões de reais no quarto trimestre, pressionada em parte por receitas menores em todas as linhas de negócios. O Ebitda ajustado encolheu 29%. Analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) consideraram fracos os resultados do quarto trimestre, afirmando que o "difícil 'turnaround'" os deixa mais conservadores em relação à Natura&Co, apesar de enxergarem oportunidades de curto prazo. No pior momento, as ações chegaram a 11,94 reais.

- CVC (BVMF:CVCB3) BRASIL ON recuou 7,89%, a 3,27 reais, antes da divulgação do balanço ainda nesta terça-feira. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) cortaram a recomendação das ações para "underweight" e abandonaram o preço-alvo, mesmo após apresentação de reperfilamento da dívida pela operadora de turismo.

-RAÍZEN PN (BVMF:RAIZ4) subiu 3,44%, a 2,71 reais, após o Conselho de Administração da companhia de açúcar e etanol aprovar o pagamento aos acionistas de 919 milhões de reais em dividendos intermediários. Os dividendos terão como base a posição acionária de 16 de março, e serão pagos no dia 27 deste mês, acrescentou a empresa em comunicado.

- AZUL PN (BVMF:AZUL4) valorizou-se 2,83%, a 12,73 reais, retomando o fôlego que marcou a última semana, em meio a uma série de notícias do setor, incluindo resultado trimestral, dados de demanda/oferta, acordo com empresas de leasing e investimento. GOL PN (BVMF:GOLL4) avançou 1,11%, a 7,28 reais.

© Reuters. Telão na B3 mostra flutuações do mercado financeiro
28/10/2021
REUTERS/Amanda Perobelli

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) fechou em baixa de 1,78%, a 23,76 reais, abandonando ganhos da primeira etapa do pregão, em dia de fraqueza dos preços do petróleo no exterior nesta sessão. A companhia também disse nesta terça-feira que está trabalhando para retomar a produção do Polo Bahia Terra até abril.

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 0,91%, a 83,98 reais. Os futuros de minério de ferro na bolsa de Dalian, por sua vez, recuaram nesta terça-feira, embora as perdas tenham sido limitadas pelos altos preços do aço na China.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedeu 0,34%, a 23,7 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caiu 0,6%, a 13,34 reais, com PAN PN (BVMF:BPAN4) capitaneando as perdas entre os bancos do Ibovespa com recuo de 3,37%, a 4,88 reais, após redução da taxa máxima de juros do empréstimo consignado a beneficiários do INSS. Para analistas do Bradesco BBI e Itaú BBA, a decisão é negativa para o setor, particularmente para o Pan. BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) declinou 0,9% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) ganhou 0,34%.

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