SÃO PAULO (Reuters) - A administração do porto de Paranaguá fechou para reparos o berço 201, usado para carregamento de grãos e açúcar, depois que um incêndio no fim de semana danificou uma correia transportadora e outras estruturas no local, informaram as autoridades locais na segunda-feira.
Paranaguá (PR) é o segundo maior porto do Brasil e um dos principais centros de exportação de grãos e açúcar, bem como de importação de fertilizantes.
O porto informou que o incêndio foi controlado próximo ao berço 201, que permanecerá fechado por tempo indeterminado até que as empresas que operam na área possam avaliar os danos e reparar as estruturas.
O incêndio aumentará os problemas de logística no Brasil, onde o tempo de espera para carregar grãos ou açúcar ultrapassou 40 dias nos terminais mais movimentados em meio a safras recordes ou quase recordes de milho, soja e açúcar no início da estação chuvosa.
"O mercado está tentando encontrar qualquer maneira de embarcar açúcar", disse um comerciante de açúcar com sede nos EUA, acrescentando que o principal terminal de açúcar no porto de Santos, o CLI, tinha um tempo de espera de mais de um mês.
"Esse problema só vai complicar ainda mais a logística", acrescentou.
A agência marítima Cargonave disse no domingo que um navio da Cargill atracado no berço 201 estava carregando uma carga não especificada em um dos terminais afetados pelo incêndio na correia transportadora.
O navio foi desatracado quando restavam ainda 2.000 toneladas métricas para carregar, disse a Cargonave.
De acordo com os novos dados da Cargonave sobre a programação de navios divulgados na segunda-feira, havia uma fila de nove navios esperando para carregar açúcar, soja e farelo de soja no berço 201, de empresas como Bunge (NYSE:BG) BG.N, Tate & Lyle TATE.L, Raízen (BVMF:RAIZ4) RAIZ4.SA, Czarnikow e Redpath.
Não ficou claro se essas embarcações manteriam sua posição na fila caso tivessem que se deslocar para outros berços.
(Reportagem de Ana Mano, reportagem adicional de Marcelo Teixeira em Nova York)