Por Stephen Nellis e Max A. Cherney
SÃO JOSE, Estados Unidos (Reuters) - Um novo chip da Intel (NASDAQ:INTC), que será lançado em dezembro, será capaz de executar um chatbot de inteligência artificial generativa em um laptop, em vez do processamento dos dados ocorrer em um centro de computação em nuvem, disse a fabricante de microprocessadores nesta terça-feira.
O recurso, que a Intel exibiu durante uma conferência de desenvolvedores de software realizada no Vale do Silício, pode permitir que empresas e consumidores testem tecnologias semelhantes ao ChatGPT sem terem de enviar dados confidenciais a partir de seu próprio computador para uma central de processamento de informações. Isso é possível graças aos novos recursos de IA incorporados ao chip, chamado pela Intel de "Meteor Lake", e às novas ferramentas de software que a companhia está lançando.
Na conferência, a Intel demonstrou laptops que podem gerar uma música no estilo de Taylor Swift e responder a perguntas como em uma conversa. Segundo a fabricante, os notebooks estavam desconectados da Internet. O presidente-executivo da Intel, Pat Gelsinger, disse que o assistente de IA "Copilot", da Microsoft (NASDAQ:MSFT), poderá ser executado em PCs baseados no chip.
"Vemos a IA nos PCs como um momento de mudança na inovação tecnológica", disse Gelsinger.
Os executivos da empresa também disseram que estão dentro do cronograma para a entrega de um chip sucessor chamado "Arrow Lake" em 2024 e que a tecnologia de fabricação da companhia rivalizará com a da taiuanesa TSMC.
A Intel tem se esforçado para ganhar terreno contra a Nvidia no mercado de chips usados para "treinar" sistemas de IA, como o ChatGPT. A Intel disse nesta terça-feira que está construindo um novo supercomputador que será usado pela Stability AI, uma startup que produz software de geração de imagens. O grupo de tecnologia chinês Alibaba (NYSE:BABA) está usando processadores da Intel para tarefas desempenhadas por chatbots, disse a companhia.
Por meio de uma nova versão do software OpenVINO, a Intel disse que os desenvolvedores poderão executar uma versão de um modelo de linguagem ampla, a classe de tecnologia por trás de produtos como o ChatGPT, criado pela Meta em laptops. Isso possibilitará respostas mais rápidas dos chatbots e significará que os dados não deixarão o dispositivo.
"É possível obter um melhor desempenho, um custo menor e uma IA mais privada", disse Sachin Katti, vice-presidente sênior e diretor geral do grupo de rede e computação edge da Intel, à Reuters.