(Reuters) - Investigadores alemães estão examinando evidências que sugerem que uma equipe de sabotagem usou a Polônia como base operacional para danificar os gasodutos Nord Stream no Mar Báltico em setembro do ano passado, informou o Wall Street Journal neste sábado.
Os investigadores reconstituíram a viagem de duas semanas a bordo do "Andromeda", um iate de 15 metros suspeito de estar envolvido na sabotagem do Nord Stream 1 e 2, informou o jornal.
O Wall Streeet Journal conversou com pessoas familiarizadas com a viagem e indicou que a equipe de sabotagem pode ter colocado explosivos de alto mar no Nord Stream 1, antes de dirigir o barco em direção à Polônia. A matéria ainda revelou que a Alemanha está tentando bater as amostras de DNA encontradas no navio "com pelo menos um soldado ucraniano".
O Escritório Federal da Polícia Criminal da Alemanha e o porta-voz do governo da Polônia não responderam aos pedidos de comentários da Reuters, mas um funcionário de alto escalão do governo polonês insinuou que a reportagem do jornal foi resultado de propaganda russa.
"Informações sobre pistas polonesas ou ucranianas na destruição do NS1 e do NS2, repetidas na imprensa, são consistentemente usadas pelo aparato de influência russo para criar a impressão/presunção de que Varsóvia e Kiev estavam por trás desse incidente", escreveu Stanislaw Zaryn, porta-voz dos Serviços Especiais da Polônia, no Twitter.
A invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 colocou a dependência do gás natural russo por parte da Europa no centro das atenções políticas. A destruição dos gasodutos Nord Stream acelerou a necessidade de a região procurar outros fornecedores de energia.
O Nord Stream 1 e o Nord Stream 2, cada um composto por dois dutos, foram construídos pela estatal russa Gazprom para bombear 110 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano para a Alemanha.
(Reportagem de Shivani Tanna em Bengaluru; Reportagem adicional de Karol Badohal em Varsóvia)