Apesar de ter registrado um prejuízo líquido de R$ 263,6 milhões no segundo trimestre de 2023, ante um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões um ano antes, a JBS (BVMF:JBSS3) conseguiu mais que dobrar (+106,7%) seu Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano, saindo de R$ 2,162 bilhões ao fim de março para R$ 4,470 bilhões no fim de junho. A companhia também conseguiu reduzir o prejuízo, que havia sido maior no primeiro trimestre, de R$ 1,452 bilhão. A margem Ebitda ajustado evoluiu no período, de 2,5% para 5%, ainda que esteja distante dos 11,2% de um ano atrás.
A JBS registrou prejuízo líquido de R$ 263,6 milhões no segundo trimestre de 2023, ante um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões contabilizado em igual período do ano passado. O Ebitda ajustado no período de abril a junho somou R$ 4,5 bilhões, 56,9% menor do que no segundo trimestre de 2022. A margem Ebitda ajustado foi de 5%, ante 11,2% um ano atrás. A receita líquida caiu 3% na mesma base de comparação, totalizando R$ 89,4 bilhões, ante R$ 92,2 bilhões há um ano.
O cenário do último trimestre foi muito diferente do segundo trimestre do ano passado, segundo o CEO global da companhia, Gilberto Tomazoni, daí a queda nos resultados divulgados nesta segunda-feira (14), depois do fechamento do mercado. Há um ano, lembra ele, o consumo global ainda era influenciado pelos reflexos da pandemia de covid-19, que levava consumidores a gastarem mais com produtos e alimentos utilizados dentro de casa do que com refeições na rua, em serviços ou viagens. Havia ainda estímulos governamentais em diversos países. "Agora não há mais os estímulos, as pessoas voltaram a gastar com viagens, tem uma inflação que corrói o salário do consumidor e um contexto de juros elevados, principalmente nos Estados Unidos. A indústria se preparou para uma demanda lá em cima, hoje não existe mais a mesma demanda", disse Tomazoni.
Apesar deste cenário, a receita líquida da companhia recuou apenas 3% entre o segundo trimestre de 2022 e igual período deste ano, para R$ 89,382 bilhões, valor que representou uma evolução de 3,1% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Tomazoni também destaca também que no segundo trimestre houve geração de caixa - o capital de giro melhorou em US$ 355 milhões -, investimentos em Capex (R$ 2 bilhões) e praticamente manutenção da dívida em dólar (US$ 16,652 bilhões de dívida líquida, 11,7% acima de igual período do ano passado, com alavancagem de 4,15 vezes (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) no segundo trimestre de 2023, ante 1,65 vez há um ano.
"A gente consumiu no primeiro trimestre R$ 1,2 bilhão de caixa e já geramos no segundo trimestre US$ 355 milhões, tendo um Ebitda ajustado de R$ 903 milhões. Então esperamos para os próximos trimestres alcançar Ebitda que nos darão geração de caixa no terceiro e quarto trimestres", disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Guilherme Cavalcanti. "O mesmo racional vale para os resultados financeiros, tivemos prejuízo no primeiro e no segundo trimestre, mas esperamos ter lucro no terceiro e quarto trimestres", continuou.