JBS registra lucro no 2º trimestre apesar do ambiente desafiador nos EUA

Publicado 13.08.2025, 19:14
Atualizado 13.08.2025, 21:25
© JBS

Por Ana Mano e Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A JBS, maior empresa de carnes do mundo, anunciou nesta quarta-feira um salto no lucro do segundo trimestre e uma receita trimestral recorde de cerca de US$21 bilhões, apesar de um ciclo da pecuária bovina nos EUA ainda desafiador e das tensões geopolíticas globais, de acordo com um comunicado ao mercado.

A companhia, que divulgou seus resultados pela primeira vez após listar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York, registrou lucro líquido de US$528,1 milhões no segundo trimestre, uma alta de 60,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os resultados foram impulsionados principalmente pelo desempenho da subsidiária do segmento de frangos Pilgrims Pride nos EUA e pela resiliência de seus negócios de alimentos processados Seara no Brasil, afirmou a JBS.

Em entrevista à Reuters, o CEO Global Gilberto Tomazoni destacou a fraqueza de seus negócios com carne bovina nos EUA, que representam cerca de um terço das vendas da empresa, onde o boi ficou mais caro para os frigoríficos.

Mas, embora essa unidade tenha apresentado margens negativas, outros segmentos da empresa mostraram força, incluindo as operações de carne bovina brasileira e australiana.

"Vivemos um momento desafiador em alguns dos nossos negócios... entregar margem (de 8,4%) dentro do contexto que temos aí... Estamos satisfeitos...", afirmou ele, citando a margem Ebitda ajustada do segundo trimestre, que teve uma queda anual de 1,5 ponto percentual.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado foi de US$1,75 bilhão, queda de 7,4% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto a receita líquida atingiu US$20,998 bilhões, avanço de 8,9% versus um ano antes.

O negócio de carne bovina na América do Norte teve Ebitda ajustado negativo de US$233 milhões. Por outro lado, a Pilgrim´s registrou US$817,7 milhões no mesmo indicador, no segundo trimestre.

A tarifa americana de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo carne bovina, também está pesando sobre frigoríficos em geral.

Tomazoni afirmou que a JBS responde por cerca de 15% das exportações brasileiras de carne bovina para os EUA, onde também opera diversas fábricas. O Brasil exportou 180 mil toneladas de carne bovina in natura para os EUA no primeiro semestre.

Por causa da tarifa, Tomazoni afirmou que algumas fábricas da JBS no Brasil interromperam brevemente a produção. Posteriormente, retomaram as atividades para redirecionar alguns produtos para outros mercados.

"O mais importante é que nossa plataforma foi construída levando em conta que esses fatores acontecem", disse ele, referindo-se a obstáculos como barreiras comerciais e sanitárias.

"Está ruim nos EUA, está bom no Brasil, está bem na Austrália, e o frango está em momento excelente," disse ele referindo-se ao resultado da Pilgrim’s e da Seara, que apesar da gripe aviária entregou uma margem ajustada acima de 18%.

Um surto de gripe aviária no Brasil em maio também criou problemas, pois interrompeu parte das exportações de empresas do país sul-americano, o maior exportador mundial de frango, devido a embargos sanitários.

"A China não abriu ainda", disse Tomazoni, citando o principal importador do Brasil, embora outros países já tenham regularizado suas compras. Segundo ele, não há mais razões sanitárias para os mercados estarem fechados.

Tomazoni lembrou que a União Europeia também é um dos poucos destinos que ainda não retomaram as importações de carne de frango, mas ele tem expectativa de uma reabertura em breve.

"A expectativa é que isso se resolva... eu espero que nas próximas semanas."

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