Por Luc Cohen
NOVA YORK (Reuters) - Um juiz estendeu nesta quinta-feira as proibições de contato do fundador da corretora de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, com funcionários de empresas que ele controlava e também de usar tecnologia de mensagens criptografadas enquanto está sob fiança, aguardando julgamento por acusações de fraude.
O juiz distrital dos Estados Unidos Lewis Kaplan proibiu empregado ou ex-empregado da FTX ou da Alameda Research, seu fundo de hedge, após promotores levantarem preocupações de que o ex-bilionário de 30 anos estaria tentando abordar testemunhas.
Após rejeitar um acordo entre advogados de defesa e promotores para afrouxar essas restrições, Kaplan instruiu ambos os lados a explicarem até 21 de fevereiro como terão ter certeza de que o Bankman-Fried não apagará mensagens eletrônicas.
"Estou muito menos interessado na conveniência do réu" do que em prevenir uma possível abordagem de testemunhas, disse Kaplan em uma audiência no tribunal federal de Manhattan.
Os advogados de defesa argumentaram que os esforços de Bankman-Fried para contatar um conselheiro geral da FTX e seu novo presidente-executivo, John Ray, foram tentativas de oferecer "assistência" e não de interferir.
Bankman-Fried pode pegar até 115 anos de prisão se for condenado.
Seu acordo com os promotores permitia que ele usasse ferramentas de comunicação como Zoom e mensagens de texto, além do WhatsApp, caso instalasse tecnologia de monitoramento em seu telefone. Também teria isentado algumas pessoas da ordem de não contato, sem especificar quem eram.
Uma promotora, Danielle Sassoon, disse ao juiz que as pessoas estavam conectadas com a FTX, mas não eram centrais para o caso do governo e não esperavam testemunhar.
Bankman-Fried havia inicialmente proposto ser proibido de contatar apenas certas testemunhas, como a ex-presidente-executiva da Alameda, Caroline Ellison, e o ex-diretor de tecnologia da FTX, Zixiao "Gary" Wang, que se declararam culpados de fraude e estão cooperando com os promotores.