Os juros futuros apresentam viés de alta após a abertura da sessão, com o mercado ponderando a pressão sobre o câmbio, o clima de aversão ao risco no exterior e a expansão da produção industrial em maio ante abril (0,3%), divulgada há pouco, abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (0,5%). Lá fora, dados fracos de atividade na Europa reforçam o temor de recessão, num contexto de inflação bastante pressionada na região - e que deve exigir postura firme do Banco Central Europeu (BCE) -, a despeito de indicadores positivos vindos da China.
"Em meio à continuidade do aumento do desconforto com a cena fiscal brasileira, o contexto global nesta manhã é de aversão ao risco, com destaque para as intensas quedas do mercado de moedas. Todavia, a principal razão para o cenário descrito é a elevação dos receios de recessão mundial, o que acarreta recuo de muitas curvas de juros e perdas de parte das commodities", afirmam os profissionais, que, por isso, não descartam episódios de volatilidade ao longo da sessão.
As preocupações com o quadro fiscal têm respondido também por grande parte da resistência das taxas em devolver prêmios. Desse modo, os investidores seguem atentos à tramitação da PEC dos Benefícios na Câmara, em especial sobre o que vai decidir o relator, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), a respeito da possibilidade de inclusão de auxílio a motoristas de aplicativo e eventual retirada da decretação de estado de emergência do texto.
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