SÃO PAULO (Reuters) - A 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro aceitou o segundo pedido de recuperação de judicial da Oi (BVMF:OIBR3), meses depois da empresa ter anunciado em dezembro que havia saído do processo anterior que levou seis anos para ser concluído.
A justiça do Rio de Janeiro nomeou como administradores judiciais Wald Administração de Falências e K2 Consultoria Econômica, segundo comunicado da Oi ao mercado.
Com isso, a dívida de dezenas de bilhões de reais do grupo é suspensa mais uma vez com a Oi sendo obrigada a apresentar um novo plano de recuperação judicial em até 60 dias.
O plano anterior da empresa que já foi considerada como uma "campeã nacional" nos governos anteriores do PT envolveu a venda de uma série de ativos que incluíram a operação de telefonia móvel do grupo para as rivais TIM (BVMF:TIMS3), Telefônica Brasil (BVMF:VIVT3) e Claro, que atualmente contestam valores cobrados pela Oi.
A venda da quarta maior operadora celular do país para rivais foi confirmada em uma tensa sessão de julgamento no Conselho Administrativo de Defesa Econômica em março passado.
No início do mês, a Oi, que concentrou seus negócios atualmente em redes de fibra ótica, anunciou que obteve acordos com parte de seus credores envolvendo dívidas da empresa, em uma proposta que envolve um empréstimo de 275 milhões de dólares para cumprir obrigações de curto prazo.
Até o final de setembro do ano passado, a companhia informava uma dívida bruta total com valor de face de cerca de 35 bilhões de reais e um caixa de 3,6 bilhões. A empresa terminou o terceiro trimestre de 2022 com um fluxo de caixa operacional negativo em 312 milhões de reais. A Oi programou a divulgação de resultados do quarto trimestre para 26 de abril.