SÃO PAULO (Reuters) - Um leilão do governo federal para viabilizar soluções de suprimento de energia a Roraima fechou nesta sexta-feira a contratação de uma potência nominal de 293,8 megawatts (MW), provenientes de nove empreendimentos que deverão demandar investimentos bilionários.
O certame acontece em momento em que o Estado da região Norte não tem mais recebido importações de energia da Venezuela, dependendo de térmicas a diesel.
Os vencedores do leilão, que deverão iniciar o suprimento a partir de 28 de junho de 2021, são as elétricas Eneva (SA:ENEV3) e Oliveira Energia, além de BBF, Enerplan e Uniagro, segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), responsável pela operação do certame.
A Eneva, cujas ações dispararam mais de 6 por cento após o leilão, vendeu no certame a produção futura da termelétrica Jaguatirica II, que usará gás do campo de Azulão, com cerca de 126 MW em potência nominal, enquanto a Oliveira Energia viabilizou o projeto Monte Cristo, a óleo diesel, de 42 MW.
A BBF comercializou a produção de projetos que combinam biocombustível com biomassa e com radiação solar, com 17,6 MW e 56 MW, respectivamente. Já a Uniagro deverá implementar quatro projetos de biomassa com cavaco de madeira, cada um com 10 MW, enquanto a Enerplan também construirá uma usina de biocombustível e energia solar, de 11,5 MW.
A Eneva disse que seu empreendimento, o de maior capacidade e investimento previsto entre os vitoriosos, deverá demandar um total de 1,8 bilhão de reais, sendo 40% em moeda estrangeira. Ela comercializou energia a um preço de referência de 798,17 reais por megawatt-hora, com receita fixa de 429,3 milhões por ano.
O campo de Azulão marca a expansão da atividade de exploração e produção da Eneva para além da Bacia do Parnaíba, reforça a expertise da companhia na operação de ativos em terra e em regiões no Norte e Nordeste do País.
"Após um ano de intenso trabalho, conseguimos desenvolver este projeto de alta complexidade, mas tão importante para o Amazonas, para Roraima e para o país", disse o CEO da Eneva, Pedro Zinner.
Segundo ele a importância do projeto para o Amazonas é viabilizar a produção de Azulão, declarado comercial em 2004, inaugurando a fase produtora da Bacia do Amazonas.
A Eneva afirmou ainda que fechou contrato com a Techint para a construção da usina, enquanto equipamentos críticos da ilha de potência do projeto serão fornecidos pela Siemens.
A empresa ainda contratou equipamentos da Galileo Technologias para a implementação de uma planta de Gás Natural Liquefeito (GNL) que receberá cargas de GNL enviadas do campo de Azulão para abastecer a planta.
(Por Luciano Costa)