Por Fernanda Russo.
Bento Gonçalves, 27 set (EFE).- O Rio Grande do Sul, conhecido por abrigar inúmeras vinícolas que são responsáveis pela maior parte da produção de vinho, espumante e suco de uva do mercado brasileiro, tem demonstrado um crescente interesse pelo plantio e a produção de produtos fabricados a partir da uva orgânica.
Apesar do preço da produção da uva orgânica ser aproximadamente 15% maior do que o da uva americana - o carro-chefe dos produtores brasileiros, o que significa um aumento do preço final -, há uma boa demanda tanto no mercado de vinho, como no mercado de suco de uva, de acordo com Flávio Ziglio, enólogo da cooperativa Aurora.
"O manejo da uva orgânica, já que o solo não pode ter nenhum tipo de contato com herbicida ou qualquer outro tipo de fungicida há três anos, de acordo com a legislação brasileira, requer mais cuidado por conta das pragas. O produtor tem que ter muito cuidado, senão pode perder a safra inteira. Por isso acaba sendo mais caro", disse Ziglio em entrevista à Agência Efe.
De acordo com a legislação, apenas o sulfato de cobre é permitido no cultivo da fruta, além dos compostos orgânicos, o que acaba encarecendo o processo e influenciando no preço final dos produtos.
Na cooperativa Aurora, a maior parte das uvas orgânicas é utilizada na fabricação de vinho de mesa. No mercado brasileiro, esse tipo de vinho pode custar até 20% a mais do que o convencional.
De acordo com Ziglio, o quilo da uva americana gira em torno dos R$ 0,60, enquanto o da uva orgânica chega a R$ 0,70.
Por ano, a Aurora vende 30 mil litros de vinho produzido a partir da uva orgânica. Para cada litro, é utilizado cerca de 1,5 kg de uva. Se comparado com o mercado de vinho tradicional, esse número ainda é inexpressivo. "Apesar de ainda ser um mercado pequeno, ele está crescendo e a demanda aumentando", de acordo com o enólogo.
A mesma coisa acontece com o suco feito com uva orgânica. A Salton, maior produtora de espumante do Brasil, não faz vinho a partir da uva orgânica, mas aposta no mercado de sucos.
Segundo o presidente da empresa, Daniel Salton, apesar desse tipo de produção ser mais cara, a procura tem sido boa e o preço do produto final "não influencia muito porque as pessoas que estão em busca desse tipo de produto não se importam tanto com o preço e sim com a certeza de que o solo foi cultivado sem nenhum tipo de fungicida". EFE
Bento Gonçalves, 27 set (EFE).- O Rio Grande do Sul, conhecido por abrigar inúmeras vinícolas que são responsáveis pela maior parte da produção de vinho, espumante e suco de uva do mercado brasileiro, tem demonstrado um crescente interesse pelo plantio e a produção de produtos fabricados a partir da uva orgânica.
Apesar do preço da produção da uva orgânica ser aproximadamente 15% maior do que o da uva americana - o carro-chefe dos produtores brasileiros, o que significa um aumento do preço final -, há uma boa demanda tanto no mercado de vinho, como no mercado de suco de uva, de acordo com Flávio Ziglio, enólogo da cooperativa Aurora.
"O manejo da uva orgânica, já que o solo não pode ter nenhum tipo de contato com herbicida ou qualquer outro tipo de fungicida há três anos, de acordo com a legislação brasileira, requer mais cuidado por conta das pragas. O produtor tem que ter muito cuidado, senão pode perder a safra inteira. Por isso acaba sendo mais caro", disse Ziglio em entrevista à Agência Efe.
De acordo com a legislação, apenas o sulfato de cobre é permitido no cultivo da fruta, além dos compostos orgânicos, o que acaba encarecendo o processo e influenciando no preço final dos produtos.
Na cooperativa Aurora, a maior parte das uvas orgânicas é utilizada na fabricação de vinho de mesa. No mercado brasileiro, esse tipo de vinho pode custar até 20% a mais do que o convencional.
De acordo com Ziglio, o quilo da uva americana gira em torno dos R$ 0,60, enquanto o da uva orgânica chega a R$ 0,70.
Por ano, a Aurora vende 30 mil litros de vinho produzido a partir da uva orgânica. Para cada litro, é utilizado cerca de 1,5 kg de uva. Se comparado com o mercado de vinho tradicional, esse número ainda é inexpressivo. "Apesar de ainda ser um mercado pequeno, ele está crescendo e a demanda aumentando", de acordo com o enólogo.
A mesma coisa acontece com o suco feito com uva orgânica. A Salton, maior produtora de espumante do Brasil, não faz vinho a partir da uva orgânica, mas aposta no mercado de sucos.
Segundo o presidente da empresa, Daniel Salton, apesar desse tipo de produção ser mais cara, a procura tem sido boa e o preço do produto final "não influencia muito porque as pessoas que estão em busca desse tipo de produto não se importam tanto com o preço e sim com a certeza de que o solo foi cultivado sem nenhum tipo de fungicida". EFE