Investing.com - O Goldman Sachs (NYSE:GS) (SA:GSGI34) aponta que as ações do Mercado Livre (NASDAQ:MELI) caíram 27% no último mês, tanto por causa do cenário macroeconômico mais fraco, quanto pelas curvas de rendimentos mais inclinadas. Os custos elevados e a concorrência também estão entre os fatores que podem afetar a empresa. Ainda assim, o banco reitera a sua recomendação de compra sobre a varejista, com preço-alvo de US$ 2.330.
Ao destacar as operações do Mercado Pago, a fintech do Mercado Livre, o Goldman Sachs aponta que o seu spread provavelmente permanecerá pressionado no curto prazo, mas mudanças no mix de empréstimos, preços e novos mecanismos de financiamento compensarão gradualmente esse fator.
As principais fontes de receita do Mercado Pago vêm do financiamento, o qual o Goldman Sachs estima representar cerca de 25% do valor total, processamento, que gira em torno dos 40%, e empréstimos, que reúnem 35% da receita.
O Goldman Sachs destaca que o que mais afeta nos custos de financiamento estão relacionados, principalmente no Brasil, à alta na curva de juros nos últimos seis meses. Como boa parte das taxas praticadas pelo Mercado Livre são flutuantes e a exposição à curva de taxas não é trocada, os spreads de financiamento, especialmente nas de prestações, acabam sofrendo um pouco mais.
Por outro lado, Goldman Sachs aponta que o Mercado Livre apresenta uma vantagem sobre seus concorrentes na hora de reunir informações de crédito sobre os consumidores. Com base no histórico de consumo e na análise de dados dos clientes, a varejista consegue traçar um score mais realista para a aprovação de crédito, o que para o mercado da América Latina é fundamental para emprestar dinheiro a um público que costuma estar mal-atendido por outras instituições.
Às 16h36, as ações do Mercado Livre eram negociadas a US$ 1.185, com queda de 0,45%.