Investing.com – Com pressão na inadimplência preocupando analistas, o mercado reagiu mal ao balanço trimestral do Bradesco (BVMF:BBDC4). Às 10h50 (de Brasília) desta sexta, 04, os papéis preferenciais perdiam 3,69%, a R$15,93.
O banco reportou um lucro líquido recorrente de R$4,518 bilhões entre abril e junho deste ano, uma diminuição de 35,8% frente igual período do ano passado. A instituição financeira pretende diminuir a inadimplência ainda neste ano, segundo o CEO, Octavio de Lazari Junior, mas a situação foi evidenciada em relatórios de bancos, corretoras e casas de análise.
Em documento divulgado aos clientes e ao mercado, o BB Investimentos avalia que o banco continua a sofrer com um momento desafiador. Ainda que o lucro tenha subido frente ao primeiro trimestre, a percepção é de que segue a pressão nos indicadores.
Segundo o analista Rafael Reis, os resultados foram negativos, afetados pela menor margem financeira, com recuo na margem com clientes, mesmo com recuperação da receita com o mercado. “Outros pontos de destaque ficaram por conta de mais um salto nas despesas com provisões para devedores (PDD), a reboque de mais uma alta significativa no índice de inadimplência, mas com compensação importante vindo da área de seguros, que mostrou força na geração de prêmios no trimestre, representando praticamente o único destaque positivo”, ressalta o analista do BB Investimentos.
Reis afirma que, desconsiderando a área de seguros e a recuperação da tesouraria, haveria uma série de agravantes nas principais tendências, notadamente o recuo na carteira de crédito classificada, baixa na receita, do lado do crédito, despesas com provisões mais elevadas, devido a indicadores preocupantes de inadimplência. O BB Investimentos mantém a recomendação neutra para as ações do Bradesco, com preço-alvo de R$18,40.
A Ativa Investimentos também considerou os resultados como ruins, mas em linha com o esperado, em maior parte. “De negativo, destaca-se uma retração da carteira de crédito e redução mais severa dos spreads do que estimávamos, demonstrando uma necessidade maior de ajuste para controlar a inadimplência, que por sua vez, novamente subiu acima das perspectivas, chegando a 5,9%”, reforça o analista Pedro Serra. Entre os pontos positivos, o Serra cita também o negócio de seguros, assim alíquota efetiva melhor de Imposto de Renda.
“Tanto o resultado quanto a revisão do guidance demonstram que o Bradesco vem tendo que ser mais restritivo na sua concessão de crédito do que as expectativas apontavam, inclusive as do próprio banco. O crescimento da inadimplência no trimestre foi bastante danoso, chegando a patamares extremos em 5,9%. Nos preocupa também a queda expressiva do índice de cobertura, que por sua vez, alcançou 163,7% abaixo dos seus pares”, completa a Ativa, com recomendação neutra para o banco e preço-alvo de R$18,80.
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