BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil subiram hoje?
Investing.com – A instabilidade deve marcar os mercados acionários nos próximos meses, diante da incerteza em torno de um amplo pacote fiscal de impostos e gastos nos Estados Unidos e das preocupações com os possíveis impactos das recentes tensões comerciais sobre os balanços do segundo trimestre, segundo avaliação de analistas do Barclays (LON:BARC).
“Esperamos volatilidade no curto prazo, enquanto os investidores aguardam maior definição sobre a política fiscal americana”, afirmaram os estrategistas em relatório divulgado nesta quarta-feira.
No Congresso, senadores republicanos aceleram os esforços para apresentar uma nova versão do projeto do presidente Donald Trump, apelidado internamente de “grande e belo plano”. O partido estabeleceu um prazo interno até 4 de julho para aprovar a proposta.
O avanço da medida enfrenta obstáculos: os parlamentares ainda não chegaram a um consenso sobre os cortes de despesas e o aumento do endividamento necessários para viabilizar as desonerações fiscais e os investimentos elevados em defesa e segurança nas fronteiras. Entre os pontos mais sensíveis estão os cortes no Medicaid — voltado à população de baixa renda — e os subsídios para energia limpa.
A Câmara dos Representantes já aprovou sua versão do projeto, em votação apertada. Os republicanos, com maioria na Casa, conseguiram contornar a resistência interna e a oposição dos democratas.
Se o Senado aprovar uma nova versão, será necessário um segundo aval da Câmara antes de o texto final ser enviado à sanção presidencial.
Paralelamente, os analistas do Barclays projetam que os resultados corporativos do segundo trimestre trarão os primeiros efeitos relevantes da política comercial mais agressiva adotada por Trump desde sua volta ao poder. A tarifa média efetiva dos EUA aumentou substancialmente nos últimos meses, ainda que o presidente tenha adiado novos aumentos tarifários bilaterais até julho.
Neste contexto, EUA e China firmaram nesta semana um novo entendimento para restaurar a trégua comercial entre os países.
Após dois dias de intensas negociações em Londres, o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o novo acordo confere “substância” ao compromisso fechado em Genebra no mês anterior — um avanço que ameniza parte das preocupações com um possível agravamento do conflito comercial, embora persistam sinais de fragilidade.
Ainda assim, os analistas observam que a fase mais incerta da política tarifária de Trump já teria ficado para trás. Para eles, a atividade econômica segue mostrando resistência, e os investidores voltam a concentrar atenção nas oportunidades ligadas à inteligência artificial.
Dentro desse cenário, os estrategistas liderados por Venu Krishna mantêm preferência por ações norte-americanas frente aos mercados de outras regiões.
“O ímpeto de valorização fora dos EUA perdeu fôlego, com papéis de grandes empresas da Europa e da região Ásia-Pacífico sendo negociados em percentis históricos similares aos das ações norte-americanas”, escreveram. “Do ponto de vista de estilo, o mercado dos EUA também oferece melhor exposição a ativos de qualidade, com menor volatilidade, em comparação com Europa e Ásia-Pacífico.”