Por Gabriel Codas
Investing.com - O mercado reagiu com surpresa às declarações do governador de São Paulo, João Doria (São Paulo), sobre uma possível capitalização da Sabesp (SA:SBSP3). Isso levantou a preocupação dos acionistas minoritários.
O principal motivo de preocupação é que o governador não deu detalhes desse plano, trazendo só mais incertezas para os investidores. A questão é que os minoritários defendem a privatização da companhia.
Nesta sexta-feira, por volta das 10h55, os ativos operavam com queda de 0,8% a R$ 51,08. O Ibovespa recuava 0,37% a 101.093 pontos.
Em reportagem do Valor, um dos dez acionistas que demonstraram revolta com o plano de capitalização diz que o pessimismo é devido ao fato das declarações terem sido vagas, durante o pregão. Eles não querem que o Estado siga no controle da Sabesp.
O jornal lembra que durante o governo de Geraldo Alckmin, existia a previsão de uma holding controladora que reuniria a Sabesp e eventuais outras empresas subsidiárias, sendo o modelo que menos agrada os minoritários.
Segundo a publicação, o modelo ainda é visto com desconfiança pelo mercado no que diz respeito à atratividade. A dúvida é se algum investidor teria interesse em ser sócio do Estado de São Paulo numa eventual holding, já que, como estatal, a Sabesp não tem a eficiência de uma empresa privada.
Por ser uma estatal, a Sabesp precisa realizar licitações para fazer qualquer contratação de serviços, além das dificuldades para contratar e demitir. Com a aprovação do novo marco, a empresa perdeu o poder de firmar contratos sem licitação, o que até então era uma vantagem.
O modelo que agradaria o grupo de acionistas seria um de capitalização em que a Sabesp deixar de ter um controlador, transformando-se em uma “corporation”. Seria o mesmo da BR Distribuidora (SA:BRDT3) ou o previsto para a Eletrobras (SA:ELET3).