SÃO PAULO (Reuters) - A moagem de cana pelas usinas do centro-sul do Brasil somou 5,19 milhões de toneladas na primeira quinzena de abril, queda de 66,87% ante o mesmo período da safra 2021/2022, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) nesta quinta-feira, indicando que o volume ficou abaixo da expectativa do mercado.
"Essa queda se deve ao menor número de unidades produtoras em operação neste início de safra. Nos primeiros 15 dias de abril, 85 unidades operaram frente a 149 unidades no mesmo período do ciclo 2021/2022", afirmou a Unica.
Muitas empresas estão adiando o início para moer mais adiante uma cana mais produtiva, após problemas climáticos no ano passado.
Segundo a Unica, outras 104 unidades devem iniciar a moagem no centro-sul na segunda quinzena do mês.
A produção de açúcar e etanol veio em linha com a diminuição de moagem, de acordo com os dados da Unica. No caso do adoçante, somou 126,63 mil toneladas (-79,99%); no etanol, atingiu 397,53 milhões de litros (-45,96%).
Os dados de moagem vieram abaixo do estimado por analistas em uma pesquisa da S&P Global Platts. A expectativa era de um total de 9,47 milhões de toneladas na primeira quinzena da safra 2022/23, além de produção de 279 mil toneladas de açúcar e 539 milhões de litros de etanol.
A Unica também observou que cerca de 74% da moagem no início de abril foi destinada à produção de etanol, contra 61,2% há um ano.
Apesar da menor produção do etanol de cana, a fabricação do biocombustível a partir do milho se destacou na primeira quinzena de abril, com 170,32 milhões de litros produzidos, ante 114,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2021/2022, representando um avanço de 48,52%.
Na primeira quinzena da safra 2022/2023, as unidades produtoras do centro-sul comercializaram 1,03 bilhão de litros de etanol no mercado interno, registrando avanço de 5,92% em relação ao mesmo período da safra 2021/2022.
Do total vendido domesticamente, 680,37 milhões de litros foram de etanol hidratado (alta de 3,15%) e 347,68 milhões de litros de etanol anidro (crescimento de 11,78%).
(Por Roberto Samora e Gabriel Araujo)