O dólar operou pressionado nesta segunda-feira, 27, e ampliou as perdas da semana passada ante rivais fortes, como o euro e libra. No cenário macroeconômico global, investidores seguem focados nos riscos de recessão em países desenvolvidos e a perspectiva de aperto monetário, antes de dados de inflação e atividade nos EUA e Europa.
No fim da tarde em Nova York, o euro apreciava a US$ 1,0589, a libra tinha leve alta a US$ 1,2278 e o dólar aumentava a 135,41 ienes. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais, caiu 0,24%, aos 103,939 pontos.
Em relatório enviado a clientes, o Western Union destaca o movimento do euro nesta segunda. Segundo o analista Joe Manimbo, a divisa comum tem sido beneficiada pela percepção de aperto monetário certo na zona do euro no segundo semestre do ano.
O ING, porém, projeta que o Banco Central Europeu (BCE) subirá os juros de forma menos agressiva que o Federal Reserve no atual ciclo, o que deve limitar a apreciação do euro. Para esta semana, no entanto, as preocupações de recessão econômica traz a leitura de que BCs terão de ser mais cautelosos com a alta de juros, o que pode arrefecer a força recente do dólar, diz o banco holandês.
Ao longo da semana, o sentimento por risco no mercado cambial será "testado" diante das divulgações do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha e da leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) americano do primeiro trimestre, na quarta-feira, além do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) de maio nos EUA, na quinta-feira, destaca Manimbo. O PCE é o principal indicador inflacionário acompanhado pelo Fed e tido como crucial para a política monetária da entidade.
Ainda entre indicadores, o PIB do primeiro trimestre do Reino Unido deve voltar a colocar pressão sobre a libra, cujas posições compradas ganharam terreno recentemente, segundo o Rabobank. De acordo com a instituição, a postura hawkish do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) tem dado suporte à moeda britânica.
Entre emergentes, destacaram-se o rublo russo e a lira turca. A moeda russa se valorizou ante o dólar mesmo após relatos de que a Rússia deu calote em pagamentos de juros da sua dívida soberana, negados pelo Kremlin. Já a divisa turca se beneficiou de um novo instrumento do governo da Turquia que obriga empresas com excessos de divisas estrangeiras teriam o acesso a empréstimos comerciais em lira restringido, segundo o ING. No horário citado, o dólar recuava a 53,160 rublos e a 16,554 liras.