BBAS3: Banco do Brasil sobe antes do balanço; hora da virada ou ajuste técnico?
Investing.com - Analistas do Morgan Stanley (NYSE:MS) afirmaram, em relatório divulgado na quinta-feira, que um “novo cenário construtivo” começa a se formar para os mercados acionários globais. A visão otimista surge após uma reversão quase total das tarifas comerciais conhecidas como “recíprocas” e um processo de distensão nas relações comerciais entre Estados Unidos e China ao longo dos últimos 30 dias.
De acordo com o banco, a recuperação recente permitiu aos ativos de risco compensarem as perdas observadas após o chamado “Dia da Libertação”, com os índices acumulando retornos positivos no ano.
O S&P 500 se aproxima da marca de 6.000 pontos, o que representa uma distância de cerca de 2,3% em relação à máxima histórica registrada em 19 de fevereiro. Já o NASDAQ acumula valorização superior a 25% desde as mínimas recentes. O VIX, que mede a volatilidade implícita do mercado, recuou de forma expressiva, atingindo níveis abaixo da média dos últimos cinco anos, conforme destacou a equipe do Morgan Stanley.
O otimismo atual, segundo o relatório, apoia-se em diversos pilares fundamentais. Entre eles, a percepção de que as tarifas comerciais perderam relevância ou tornaram-se fatores gerenciáveis; a visão de que os lucros corporativos de 2025 são menos determinantes, enquanto as revisões para 2026 se tornam progressivamente menos negativas; e a fraqueza do dólar, interpretada como benéfica para os ativos de risco.
Outros elementos que sustentam essa narrativa incluem a leitura de que os riscos inflacionários estão sendo superestimados; os preços contidos do petróleo funcionam como impulso adicional; o Federal Reserve estaria próximo de iniciar um ciclo de cortes de juros; e há expectativa de redução antecipada de impostos corporativos, o que alimentaria um novo ciclo de investimentos e ganhos de produtividade. Soma-se a isso a convicção de que a inteligência artificial generativa ainda está em estágio inicial, com alto potencial de impacto.
A instituição projeta que os lucros das empresas que compõem o S&P 500 devem crescer de 7-8% em 2025 para 13-14% em 2026, evidenciando uma aceleração no ritmo de expansão dos resultados.
Apesar da leitura favorável, o Morgan Stanley também alerta para riscos associados à atual valorização das ações. A relação preço/lucro projetada ultrapassa 21,5 vezes, enquanto o prêmio de risco das ações foi reduzido para apenas 6 pontos-base — um patamar historicamente baixo.
Entre os fatores de risco estão a elevação das curvas de juros globais e o crescimento dos déficits fiscais dos Estados Unidos, que, segundo o banco, podem se tornar entraves à tese de "excepcionalismo americano".