Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Movida (BVMF:MOVI3) chegaram a saltar mais de 11% tocando máxima em cerca de um mês, mesmo após resultado considerado fraco por analistas no quarto trimestre, com queda em margens em meio a pressão de custos, com o lucro da empresa de aluguel de veículos e gestão de frotas desabando mais de 90%.
Às 12:04, os papéis subiam 7,35%, a 7,01 reais, reagindo após uma abertura mais negativa, quando chegaram a 6,31 reais. Na máxima até o momento, bateram 7,26 reais.
Com o avanço, as ações engatavam o terceiro pregão seguido de valorização, acumulando até o momento alta de cerca de 15%. A reação dos papéis também a colocaram na ponta positiva do Small Caps, que tinha decréscimo de 0,62% na sessão.
Na noite da véspera, a Movida reportou lucro líquido de 17,8 milhões de reais para os três meses encerrados em 31 de dezembro, quando a receita líquida cresceu 55,7% ano a ano, mas os custos com depreciação de frota saltaram 230,1%, sendo que só no segmento de aluguéis (RAC) dispararam 215,1%.
Também o resultado financeiro ficou negativo em 501 milhões de reais no período de outubro a dezembro, 140,7% maior do que a despesa financeira registrada um ano antes, em meio ao aumento das despesas com juros e efeito de variação cambial, de acordo com os dados divulgados pela companhia.
O resultado operacional medido pelo Ebitda somou 858,2 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 10,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas a margem caiu 12,9 pontos percentuais, para 31,7%.
Na visão de analistas do Citi, no geral, os resultados pareceram marginalmente negativos, com maiores despesas líquidas de juros e depreciação pesando nos lucros, Ebitda abaixo das estimativa da casa em margens mais fracas.
Os analistas pontuaram que operações limitadas de renovação de frota ajudando a gerar 157 milhões de reais em fluxo de caixa livre, já que a idade da frota da empresa aumentou modestamente.
A equipe do Credit Suisse (SIX:CSGN) também afirmou que o Ebitda ficou abaixo das suas expectativas e chamou a atenção para as pressões de custos como um efeito negativo, embora o lucro tenha ficado um pouco acima das suas previsões.
"A Movida parece ter feito um 'pit stop' no quarto trimestre", reforçaram os analistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11), chamando a atenção para a troca do diretor financeiro da empresa em meados de fevereiro, que esperam sinalizar um "novo amanhecer" em termos de lucratividade.