Investing.com -- O setor de inteligência artificial (IA) não está em uma bolha, segundo estrategistas do Goldman Sachs (NYSE:GS) em uma nota recente, embora persistam riscos de concentração, devido ao predomínio de algumas corporações.
Desde 2010, o segmento de tecnologia gerou retornos superiores aos investidores, contribuindo com 32% para o rendimento global das ações. Esse avanço, fundamentado mais em sólidos princípios econômicos do que em especulação, é em parte creditado ao advento de tecnologias disruptivas como a IA.
Mesmo com um aumento expressivo em suas avaliações, os estrategistas do Goldman Sachs sustentam que a IA ainda não configura uma bolha, mas sim que “deve continuar a liderar os ganhos”.
O relatório do banco ressalta que as “Sete Magníficas” – importantes companhias tecnológicas dos EUA, como Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT) e Nvidia (NASDAQ:NVDA) – agora possuem uma fatia significativa do mercado.
As empresas de inteligência artificial, impulsionadas pelo crescimento de seus lucros e pela capacidade de fazer grandes investimentos na tecnologia, não demonstram uma exuberância irracional se comparadas às avaliações observadas em bolhas anteriores, como a bolha das empresas “ponto com” no fim dos anos 1990. Seus lucros e fluxos de caixa justificam suas atuais avaliações, que são substancialmente inferiores às vistas durante a bolha tecnológica.
Entretanto, o Goldman Sachs recomenda prudência, dado que a concentração de mercado atingiu níveis históricos, com as dez principais empresas representando mais de um terço do S&P 500 e as cinco maiores respondendo por 27% do valor total do índice.
Surge então a dúvida: o recente surto impulsionado pela IA no mercado de tecnologia estaria caminhando para uma bolha? E, mesmo que não esteja, os riscos ligados a essa alta concentração poderiam estar criando uma “armadilha perigosa” para os investidores, como apontam os estrategistas.
Em contrapartida, isso também pode representar uma "oportunidade de diversificação para beneficiários potenciais dessas tecnologias por meio de empresas menos dominantes e mais acessíveis", acrescentaram eles.
Portanto, o banco considera que os investidores devem “buscar diversificar a exposição para aprimorar os retornos ajustados ao risco, enquanto também acessam possíveis vencedores entre as empresas de tecnologia menores e outras áreas do mercado”, como a economia tradicional, que deverá se beneficiar do aumento dos gastos em infraestrutura.