Nem a Ambev se safou da crise: ações caem após resultados

Publicado 04.05.2016, 11:08
Atualizado 04.05.2016, 11:50
Nem a Ambev se safou da crise: ações caem após resultados

SÃO PAULO – As ações da Ambev (SA:ABEV3) (ABEV3) caem nesta quarta-feira (4) após a companhia de bebidas divulgar resultado trimestral abaixo das expectativas do mercado. A queda no lucro foi de 2,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, diante de maior despesa financeira e com o desempenho negativo no Brasil pesando mesmo com resultados sólidos no exterior. Na mínima do dia na Bolsa até agora, os papéis chegaram a R$ 19,09, baixa de 2,55%.

“A Ambev reportou lucros bem abaixo do esperado (15%) para o primeiro trimestre - R$ 2,9 bilhões contra esperado R$ 3,4 bilhões. O Carnaval mais cedo e aumentos de preços (impostos) impactaram fortemente também a maior empresa da bolsa brasileira”, avalia Bruce Barbosa, da Empiricus Research. Segundo ele, até a controladora Inbev sentiu os efeitos da piora em Brasil em seus resultados, e reportou lucros bem abaixo do primeiro trimestre de 2015.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado ficou em R$ 5,26 bilhões, avanço anual de 3,8%, informou a empresa nesta quarta-feira. Já a receita líquida avançou 7,4%, a R$ 11,57 bilhões, enquanto o volume vendido consolidado caiu 7,5%. A empresa teve um início de ano fraco no Brasil, com queda de 8,5% no volume vendido no país e com baixa de 10% no volume de cerveja.

“A companhia afirma que os volumes já se normalizaram em abril e os próximos trimestres refletirão a melhora. Além disso, a empresa continua vendo oportunidades de crescimento e possibilidade de expansão de margens em 2016”, interpreta Barbosa.

Em relatório, a gigante de bebidas se justificou. "Nossos resultados do primeiro trimestre confirmaram que 2016 será um ano desafiador", relata a empresa. O custo dos produtos vendidos da companhia subiu 9,6%, enquanto as despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 11,7% sobre o primeiro trimestre do ano passado.

“Esperamos impacto negativo nas ações no pregão de hoje, mas tímido. Ambev é uma ótima empresa, mas muito de suas qualidades já estão refletidas do alto de seus 25x lucros”, pondera Barbosa. A recomendação é neutra para os investidores com “longos horizontes”.

Na visão do BTG Pactual (SA:BBTG11), as ações da Ambev não são mais uma barganha. A recomendação é neutra, com um preço-alvo de R$ 19,50.

"Esperamos que nossa performance de receita líquida e Ebitda acelere nos próximos trimestres, principalmente no Brasil", informa a empresa. A Ambev afirmou que, apesar de o cenário econômico continuar adverso no país, a base de comparação difícil do primeiro trimestre já passou.

“Mesmo com o resultado pior, a Ambev manteve o guidance para o ano e destacou que o volume de vendas em abril está bem melhor do que nos outros meses”, observa o analista Antonio Gonzalez, do Credit Suisse. “Esse foi o pior trimestre em volumes desde o quarto trimestre de 2003”, lembrou ele.

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