MP 1303 caiu: comemoração ou preocupação do mercado, eis a questão?
Por Jonathan Stempel
NOVA YORK (Reuters) - A cidade de Nova York abriu novo processo judicial acusando Facebook, Google, Snapchat, TikTok e outras plataformas online de alimentarem uma crise de saúde mental entre as crianças, viciando-as em mídias sociais.
A queixa foi apresentada nas 327 páginas do processo encaminhado ao tribunal federal de Manhattan. A acusação pede que Meta, Alphabet, Snap e ByteDance paguem indenizações e afirma que as empresas cometem negligência grave e causam um turbulência pública.
A cidade se juntou a outros governos, distritos escolares e pessoas físicas que estão movendo aproximadamente 2.050 ações judiciais semelhantes, em um litígio nacional no tribunal federal de Oakland, Califórnia.
A cidade de Nova York está entre os maiores demandantes, com uma população de 8,48 milhões de habitantes, incluindo cerca de 1,8 milhão de menores de 18 anos. Seus sistemas escolares e de saúde também participam do processo.
O porta-voz do Google, Jose Castaneda, disse que as alegações relativas ao YouTube "simplesmente não são verdadeiras", em parte porque se trata de um serviço de streaming e não de uma rede social em que as pessoas se encontram com amigos.
Os outros réus não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
USO COMPULSIVO
De acordo com a queixa, os réus projetaram suas plataformas para "explorarem a psicologia e a neurofisiologia dos jovens" e impulsionarem o uso compulsivo em busca de lucro.
Segundo a denúncia, 77,3% dos alunos do ensino médio da cidade de Nova York e 82,1% das meninas admitiram passar três ou mais horas por dia em "tempo de tela", incluindo TV, computadores e smartphones, contribuindo para a perda de sono e faltas crônicas à escola.
O comissário de Saúde da cidade declarou em janeiro de 2024 que a mídia social é um perigo para a saúde pública, e que a cidade, incluindo suas escolas, teve que gastar recursos dos contribuintes para lidar com a crise de saúde mental dos jovens, segundo a denúncia.
A cidade também culpa a mídia social pelo aumento do "surfe no metrô", ou seja, andar em cima ou nas laterais dos trens em movimento. Pelo menos 16 surfistas de metrô morreram desde 2023, incluindo duas meninas de 12 e 13 anos neste mês, segundo dados da polícia.