Número de jatinhos na China cai com enfraquecimento de economia e avanço de outras regiões

Publicado 07.03.2025, 11:04
Atualizado 07.03.2025, 11:05
© Reuters.

Por Lisa Barrington

CINGAPURA (Reuters) - Uma queda acentuada no número de jatos particulares baseados na China nos últimos anos mostra o impacto que o enfraquecimento da economia doméstica, as iniciativas anticorrupção e a pandemia tiveram sobre os mais ricos do país, de acordo com dados e especialistas do setor de aviação executiva.

No final do ano passado, havia um terço a menos de jatos particulares baseados na China continental, Hong Kong e Macau do que o pico de 481 aviões em 2017, de acordo com dados da consultoria de aviação executiva e da corretora Asian Sky Group.

No mesmo período, o número de jatos particulares no restante da região Ásia-Pacífico cresceu 20%, liderado por Índia, Austrália e Japão.

Grande parte da redução na China se deve à venda de aeronaves, como as de propriedade de empresas imobiliárias como a China Evergrande (OTC:EGRNY) depois que o setor entrou em uma crise de dívida sem precedentes em meados de 2021.

Outras aeronaves foram transferidas para lugares como Cingapura e Japão, refletindo o êxodo de chineses ricos para o exterior nos últimos anos.

"Conseguimos alguns bons contratos de gerenciamento de proprietários de famílias, escritórios familiares que se mudaram de Hong Kong para a região mais segura de Cingapura", disse Stefan Wood, diretor executivo da empresa de aviação privada Air 7 Asia, em uma conferência de aviação executiva em Cingapura nesta semana.

Nos últimos anos, Cingapura teve um crescimento acentuado de escritórios familiares de alto patrimônio líquido. Havia 2.000 no ano passado, um aumento de 400 ante o verificado em 2020, segundo autoridades da cidade-Estado. 

 

ÍNDIA CRESCE

A China continua sendo o maior mercado da Ásia, mas "há uma clara redução no uso de jatos executivos para voos corporativos", disse Dennis Lau, diretor de serviços de consultoria do Asian Sky Group.

A VistaJet, uma empresa global que aluga seus próprios jatos particulares, ainda não vê os negócios na China de volta aos níveis pré-Covid, disse o diretor comercial Ian Moore.

"Não nos concentramos na China como sendo o epicentro da Ásia, como talvez tenhamos feito há cinco ou dez anos. Vimos o crescimento vindo do Sudeste Asiático, do Japão e de outras regiões", disse ele à Reuters, à margem do Business Aviation Asia Forum and Expo.

A Ásia-Pacífico é responsável por apenas 7% da frota global de jatinhos, que é dominada pelo enorme mercado norte-americano, mas a previsão é de que a região cresça 2,1% ao ano nos próximos 10 anos, superando a média global de 1,4%, de acordo com a Aviation Week Intelligence Network.

À medida que o número de jatos cai na China, os países do sudeste asiático, como Cingapura, Vietnã, Laos, Indonésia e Tailândia, em particular, registraram fortes taxas de crescimento, embora a partir de bases baixas.

O crescimento tem a ver, em parte, com as políticas chinesas, que incluem repressão a demonstrações ostensivas de riqueza e restrições relacionadas à pandemia, de acordo com executivos do setor.

No entanto, eles disseram que isso também pode ser atribuído à riqueza emergente em países como Índia e Vietnã, para onde produção e investimento estrangeiros estão cada vez mais se deslocando à medida que as empresas internacionais procuram diversificar suas cadeias de suprimentos para além da China.

O número de aviões particulares na Índia aumentou em quase 25% desde 2019, chegando a 168 aeronaves no ano passado. "Vemos a Índia como uma área de atividade muito intensa que certamente deverá crescer", disse Lau.

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