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Investing.com – As ações globais do setor de inteligência artificial (IA) se recuperaram das mínimas registradas em janeiro, à medida que os mercados reavaliam o impacto de modelos de baixo custo como o DeepSeek.
De acordo com o UBS, a possível disrupção causada por esses modelos parece ser administrável, levando o banco a manter uma projeção de valorização na faixa de dois dígitos médios para as ações globais de IA em 2025. Em contraste, os papéis chineses do setor dispararam recentemente, mas o UBS projeta ganhos mais moderados nos próximos anos.
A forte valorização das ações globais de IA teve início com o chamado "momento ChatGPT" no final de 2022, adicionando cerca de US$ 13,5 trilhões ao valor de mercado do Nasdaq. O UBS atribui aproximadamente US$ 9 trilhões desse montante à IA.
Enquanto isso, as ações de tecnologia da China ficaram atrás desse movimento até o recente avanço do DeepSeek, que impulsionou um aumento de US$ 350 bilhões no valor de mercado desde o fim de janeiro.
Os analistas do UBS enxergam potencial adicional para ambos os mercados, mas alertam que os retornos podem apresentar diferenças.
"Seguimos vendo uma valorização na faixa de dois dígitos médios para as ações globais de IA em 2025", destacaram os estrategistas do UBS, liderados por Sundeep Gantori, em relatório. "Para a IA na China, projetamos retornos médios anuais na faixa de dois dígitos baixos nos próximos três anos, já que boa parte do potencial de alta foi precificado nos últimos 20 dias."
No portfólio de IA do UBS, o foco segue nas empresas de semicondutores e plataformas de nuvem, com destaque para Nvidia (NASDAQ:NVDA), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) e Microsoft (NASDAQ:MSFT), que representam entre 12% e 14% da carteira. Para investidores interessados em exposição ao mercado chinês, o banco menciona Tencent Holdings Ltd (HK:0700) e Alibaba (NYSE:BABA) como potenciais candidatas.
A análise do UBS projeta que os investimentos globais em IA atinjam US$ 500 bilhões até 2026, com uma receita total do setor chegando a um patamar semelhante.
O banco estima que a demanda total por IA no mundo alcance cerca de US$ 1 trilhão nesse ano, sustentada por margens elevadas, com uma média de 35% e margens no setor de semicondutores próximas de 50%.
Em comparação, os gastos com IA na China devem chegar a US$ 30 bilhões até 2028, representando aproximadamente 6% do total global.
As projeções de receita para o setor de IA chinês indicam US$ 50 bilhões, levando a uma demanda final estimada em US$ 80 bilhões. Com uma margem operacional esperada de 20%, os lucros operacionais podem alcançar US$ 16 bilhões, um montante bem inferior aos US$ 350 bilhões estimados para o mercado global de IA.
Para calcular os valores de mercado potenciais, o UBS aplica um múltiplo de 30 vezes sobre os lucros operacionais do próximo ano. Ao final de três anos, o banco projeta um valor de mercado de US$ 10,5 trilhões para a IA global, enquanto o segmento chinês pode atingir US$ 480 bilhões. A partir dos níveis atuais, isso sugere uma valorização na faixa de dois dígitos médios para as ações globais de IA em 2025 e retornos anuais na faixa de dois dígitos baixos para o mercado chinês nos próximos três anos.
"O risco de alta é que o recente impulso dos preços das ações na China continue e que os 37% restantes de potencial valorização sejam rapidamente incorporados ao mercado", observaram os estrategistas.
Em resumo, a equipe do UBS segue enxergando um perfil de risco-retorno atrativo, com potencial de valorização na faixa de dois dígitos médios para as ações globais de IA, reforçando a visão positiva sobre a tendência estrutural do setor.