Por Senad Karaahmetovic
Os estrategistas de commodities do Citi emitiram uma nota aos clientes alertando contra apostas na alta do ouro no curto prazo. Os preços do ouro caíram em fevereiro e agora se estabilizaram na casa dos US$ 1.800.
A atenção dos investidores de commodities estará voltada aos dados de emprego e de inflação nos EUA na sexta-feira, 10, e na próxima terça-feira, 14, respectivamente. É provável que o Federal Reserve, banco central dos EUA, avalie esses dados antes de decidir os próximos passos para a política monetária do país.
"Vemos espaço limitado para uma retomada dos preços até as máximas de US$ 1.950 no curto prazo, em vista de um risco de rigor maior do Fomc [comitê de política monetária americano] em março. Se os dados de fevereiro para o mercado de trabalho ou o índice de preços ao consumidor (IPC) vierem fortes, o ouro pode ter dificuldade para se sustentar acima de US$ 1.850/onça-troy nos próximos 1-2 meses, mesmo que as autoridades monetárias subam os juros em 0,25%, em vez de 0,50%, neste mês", escreveram os estrategistas.
"Por outro lado, um movimento mais ameno de alta de 0,25%, após uma inflação fraca em fevereiro, pode fazer o mercado a subir para US$ 1.875-1.900. Um gráfico de pontos [projeções] mais rígido de 0,50% pode fazer o ouro cair rapidamente abaixo de US$ 1.800", acrescentaram.
Quem corrobora com essa visão são os analistas do HSBC, que escreveram na semana passada que os preços do ouro tinham um potencial de alta limitado.
"Ainda pode haver alguma pressão de baixa sobre o ouro no curto prazo, já que a política monetária global parece estar pecando pelo excesso de rigor", afirmaram.
"Apesar da expectativa de corte de juros pelos mercados no segundo semestre nos EUA, o fato é que houve um recuo do Fed. Isso pode manter a pressão sobre o ouro no curto prazo, razão pela qual ainda é prematuro prever uma retomada dos preços do metal.
Às 16h44 de Brasília, o ouro futuro negociado em Nova York avançava 0,94%, cotado a US$ 1.835,70/onça.