O contrato futuro mais líquido do ouro voltou a subir, depois de ter recuado na sexta-feira, 7, em um movimento de correção após o recente rali. O metal precioso voltou a ser procurado por investidores em meio à incerteza sobre a pandemia e a uma escalada na tensão entre os Estados Unidos e a China.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para dezembro fechou em alta de 0,58%, a US$ 2.039,7 por onça-troy.
O conflito entre Washington e Pequim aumentou nos últimos dias. Hoje, a China anunciou sanções a líderes de ONGs e senadores americanos, sem dar detalhes. A decisão vem após os EUA aplicarem sanções a autoridades chinesas, incluindo a chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, em reação à lei de segurança nacional imposta pelo país asiático à ex-colônia britânica.
Além disso, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, foi ao Twitter criticar a prisão de Jimmy Lai, editor do jornal Apple (NASDAQ:AAPL) Daily, de Hong Kong, com base na lei de segurança nacional.
A incerteza gerada pela tensão geopolítica favorece a busca pela segurança do ouro, cujos contratos subiram mesmo com o dólar em alta em relação a outras moedas fortes.
Na avaliação de analistas da LPL Financial, os preços do metal precioso devem continuar em alta. A corretora americana cita inúmeros fatores, como o próprio conflito sino-americano, a tendência de baixa do dólar, a incerteza gerada pela covid-19, o aumento nas dívidas dos países e a política monetária acomodatícia, com juros baixos no mundo todo. "Isso faz com que o juro de 0% do ouro pareça muito bom em uma base relativa", dizem analistas da LPL, em referência às taxas de juros próximas à zero ou até mesmo negativas.
Em Washington, o presidente americano, Donald Trump, assinou decretos com estímulos à economia, como a extensão dos benefícios de auxílio-desemprego, mas a constitucionalidade da medida está em questão.