SÃO PAULO – Com uma agenda pesada de indicadores econômicos no exterior, os investidores operam nesta quarta-feira (4) de olho nos números dos balanços das empresas e no noticiário político.
Amanhã. divulgam os resultados do primeiro trimestre empresas de peso, como Ambev (SA:ABEV3), CSN (SA:CSNA3) e Gerdau (SA:GGBR4).
Segundo Eduardo Roche, gestor da Canepa Asset Management, todos estarão atentos ao andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado.
Nesta quarta-feira, a comissão especial que analisa o processo terá a apresentação do relatório elaborado pelo relator, o senador Antonio Anastasia (PSDB). A votação da matéria está prevista para acontecer na sexta-feira (6).
“Quanto mais se aproxima o provável afastamento de Dilma da Presidência, mais o mercado se anima”, diz Roche. “O texto do relator Anastasia deve ser aprovado com facilidade. Teremos que aguardar a semana seguinte para que o afastamento temporário seja votado pelos senadores”, completa.
Também pode repercutir o pedido do procurador geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que um grupo de cerca de 30 pessoas fosse incluído no inquérito da Lava Jato já em andamento na corte. Entre eles estão o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente da Câmara Eduardo Cunha e do banqueiro André Esteves.
Na agenda doméstica, a atenção fica concentrada na divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto e do setor de serviços, que será publicado às 10h.
No exterior, destaque para o relatório de emprego do setor privado dos Estados Unidos , que será divulgado pela processadora de folhas de pagamento ADP às 9h15 (horário de Brasília). A balança comercial norte-americana, que sairá às 9h30 (horário de Brasília).
Ainda na cena externa, os PMIs composto e de serviços da zona do euro, dos Estados Unidos e da China serão divulgados às 5h, às 10h45 e às 22h15 (horário de Brasília), respectivamente.
Fechamento de mercado
A Bovespa fechou com o seu principal índice em queda pelo quarto pregão seguido nesta terça-feira (3), em sessão de noticiário corporativo vigoroso, com as ações de Itaú Unibanco (SA:ITUB4) entre as maiores pressões negativas após resultado trimestral mostrar recuo no lucro e alta nas provisões para calotes.
O Ibovespa caiu 2,43%, a 52.260 pontos. O volume financeiro somou R$ 6,8 bilhões.
Já o dólar subiu mais de 2% nesta terça-feira, maior alta em um mês e meio e que o levou acima de R$ 3,55, acompanhando a piora do cenário externo e maior aversão a risco sobretudo nos mercados emergentes, após dados ruins sobre a China.
Ajudou também a atuação do Banco Central, que realizou leilão de swaps cambiais reversos — equivalentes à compra futura de dólares — no início dos negócios.
O dólar avançou 2,33%, a R$ 3,5712 na venda, maior alta desde 15 de março (+3,03%), depois de ter batido R$ 3,5828 na máxima do dia. Só nos dois primeiros pregões deste mês, a moeda norte-americana acumulou ganho de 3,81%.
(Com Reuters)